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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A posição dos revolucionários sobre o porte de armas

Nos últimos anos temos visto o retorno do debate no Brasil sobre o porte de armas para civis, na realidade sua facilitação, já que com a atual lei torna-se quase impossível uma pessoa comum adquirir uma arma de forma  legal, seguindo todos os tramites burocráticos e ainda esperar pela boa vontade do delegado responsável para aprovar sua solicitação. Diante dessa ''polêmica'', gostaria de deixar aqui meu posicionamento favorável a tal aprovação e porquê é algo positivo para os revolucionários e o proletariado de modo geral.

Primeiramente gostaria de informar a esquerda anti-armas e pacifista o seguinte fato, a burguesia já esta armada, sim camaradas, eles controlam o Estado e seu aparato de repressão, ou seja, a policia, tanto a militar como a civil, além do exército claro. Isso deve ser lembrado para os esquecidos de plantão, porque aparentemente muitos ''socialistas'' ''comunistas'' e progressistas acreditam e defendem a democracia liberal e seu aparato de repressão contra a organização independente e  revolucionária da classe operária.

Essa afirmação pode ser feita com base no tipo de discurso utilizado contra o armamento da população, em particular da classe trabalhadora, por parte desses elementos, sempre utilizam-se de um discurso a favor do Estado ''democrático'' direito, da paz e coesão social e do ''dialogo'' ad-eterno como forma de resolver conflitos inconciliáveis de classe, com isso claro, favorecem apenas a burguesia e a direita.Os únicos vencedores do apassivamento social, e de uma classe operária desarmada e mansa é a burguesia e o fascismo.

É possível colocar como exemplo nossos vizinhos latino-americanos que estão em processo de luta social intensa, tanto interna, contra a direita nacional e burguesia, como externa, contra o imperialismo e seus lacaios. Na Venezuela e Bolivia, onde o processo de luta e mobilização é mais intenso, temos inclusive a criação de milicias operárias, caso da Venezuela, que além da milicia nacional bolivariana que conta com quase 1,100,00 homens/mulheres, criou-se em 2013 as milicias operárias.

Onde todas essas questões e diferentes processos  entram em convergência ? Esses países permitem o porte de armas á civis, claro, com a devida documentação básica, testes psicológicos, antecedentes etc. Para muitos pode ser difícil de entender tal situação, mas só com armas é possível realizar-se uma revolução ou mesmo combater o fascismo quando o mesmo coloca-se nas ruas contra a classe operária. E vivemos atualmente esse momento, grupos de extrema-direita desfilam nas ruas tranquilamente atacando qualquer referência ao ''vermelho'', ''comunismo'', direitos sociais ou qualquer outra retórica socialista.

Não coloco aqui que se reaja com armas e balas a manifestações da extrema-direita/direita, o que expresso é a necessidade latente de organização e defesa da classe operária, não só dos seus direitos sociais, mas da sua existência e preservação física, já que com o avanço da estrema-direita a vida do proletariado esta em risco constantemente. A extrema-direita não dialoga e muito menos tem pena de qualquer pessoa que se coloca contra o seu avanço, o Estado  não só faz parte disso como tem lado, e no Brasil o lado que ele assumi é o da Burguesia, ou seja, da elite e em ultima instância do fascismo.

Muitos podem argumentar que o porte de armas vai aumentar o numero de homicídios, mas esquecem de dizer que atualmente temos 60 mil assassinatos por ano, os assassinatos que acontecem são o efeito e não a causa do problema. Vivemos no caos social, e isso se deve ao sistema capitalista, e com o aumento da crise essa situação vai piorar, e quem morre em sua grande maioria são os trabalhadores,pobres e jovens das favelas e periferias do nosso país, o executor é a repressão do Estado( e ninguém pensa em desarmar a policia, ou seja, continuara na mesma).

A Burguesia e a classe média apoia o porte de armas por motivos liberais, para a proteção da propriedade privada e ''matar bandidos pés de chinelo'', praticar o que já faz cotidianamente, a motivação dos revolucionários é outra, classista, em prol do proletariado e de sua organização. O momento atual mostra que o ataque da repressão do Estado, da Burguesia, irá aumentar e de diversas formas tentaram atingir a classe operaria, como revolucionários devemos colocar-nos em contra-ponto a essa situação, 

Quem luta pela revolução, pelo socialismo e consequentemente pela emancipação do proletariado, não pode colocar-se contra essas evidências. Os partidos, coletivos e movimentos sociais devem organizar-se para o período ainda mais duro de enfrentamento que apresenta-se diante não só da crise econômica, mas politica, que já revela o tipo de combate que teremos nesse período..

















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