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segunda-feira, 17 de abril de 2017

O empreendedorismo como falsa alternativa do capitalismo


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A pesquisa qualitativa que a Fundação Perseu Abramo realizou identifica que uma parcela da população da periferia tem um pensamento médio meritocrático, consumista, não vê o patrão como inimigo e não entende a dicotomia esquerda e direita.

Ainda que não seja a totalidade, e, nem teria como ser, já que existe uma heterogeneidade muito grande dentro do nosso país, desde a religião ao modo como as famílias são formadas, isso é resultado da completa inexistência de um trabalho politico consistente junto às periferias e favelas, neste caso, em São Paulo.

O discurso do empreendedorismo (uma proposta falsa para grande parte das pessoas, servindo apena como um tipo de esperança para o futuro), a meritocracia (termo absorvido da classe média, árdua defensora de suas pequenas propriedades, e que não aceita qualquer ganho concreto dos trabalhadores), em conjunto com a divisão não compreendida do que seriam exatamente posicionamentos de direita e esquerda, apenas se pautando pelo discurso que abrange as situações acima descritas, descreve um cenário de completa desinformação.

Muito do ''empreendedorismo'' amplamente divulgado pela mídia nada mais é que o resultado da extrema precarização do trabalho e da vida de um modo geral do povo brasileiro.

Os milhares de autônomos representam uma tentativa de fuga da profunda exploração, das distâncias (em relação aos centros de trabalho), qualificação exigida, baixos salários etc.

Não tem qualquer tipo de ''projeto emancipatório'' envolvido, inclusive, esta pesquisa feita na periferia que aborda também sobre este tema deixa bem claro o problema.

Caso o país ofereça todo um arcabouço de bem-estar social desde o trabalho, estudo, até as atividades cotidianas da população em seus bairros toda essa lógica é rompida e uma reorganização ''tradicional'' volta a aparecer.

A propaganda do empreendedorismo cresce e se alimenta da mesma ponta em que segue a destruição das leis trabalhistas, da desvalorização salarial, aumento do custo de vida etc.

Qualquer ''exceção'' que possa existir não refuta a regra, muito pelo contrário, apenas a confirma.

Ao invés de trabalhar pela adaptação de propostas e organizações á essas pautas, o certo, seria verdadeiramente intervir na mudança dessa percepção individualista de sociedade para um projeto coletivo de desenvolvimento que englobe os anseios transformadores das estruturas nacionais.

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