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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A Legalização do aborto e os interesses liberais

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Nos últimos meses tem ocorrido diversas manifestações na Argentina em prol da legalização do aborto, em consequência, onde a esquerda tem uma maior força relativa que é na câmara dos deputados, a votação foi favorável a proposta. A  proposta foi votada  votada no senado e rejeitada.

Diante disso o movimento feminista brasileiro também recomeçou a se mobilizar de maneira mais eufórica por essa pauta que será decidida no STF, por conta de uma ação impetrada pelo PSOL(acompanhe mais detalhes por aqui:https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45088795).

E qual o problema de toda essa situação ? Esse levante feminista na América Latina ?

Podemos separar em alguns aspectos, então, vamos ao primeiro:

A grande questão quando o aborto é defendido pelo movimento feminista, é que o corpo pertence á mulher(incluindo uma terceira pessoa, ou seja, o bebe em sua barriga), e, portanto, ninguém além dela teria qualquer coisa com isso. Porém, como é perceptível para a maior parte das pessoas que tem o minimo de capacidade cognitiva, tal argumento baseia-se pura e simplesmente numa vontade individual e não numa perspectiva coletiva e estrutural do que representa uma gravidez e como ela deve ser guiada.

E justamente por conta disso é que essa situação deve ser apontada, porque, o movimento feminista no geral, aponta-se como anticapitalista e de esquerda, a esquerda, como sabemos, em tese, claro, tem suas bases no marxismo. O marxismo tem sua fundamentação contra a estrutura de reprodução do capitalismo, sua destruição e a construção do socialismo rumo ao comunismo.

Partindo dessas bases, não se pode de forma alguma um agrupamento de pessoas que apresentam-se desse lado do jogo utilizar uma argumentação completamente desvinculada da ideologia que dizem defender. Pois o aborto, legalizado e irrestrito, apenas serve aos interesses do Estado capitalista e seus controladores, já que facilita e muito a vida do status quo,

Inclusive, não se pode duvidar que após a legalização, depois de um determinado período, governos proponham a esterilização e o aborto compulsório, aos pobres logicamente, para reduzir os custos com gastos sociais e coisas do gênero. Bom lembrar que foi feito algo parecido no Peru, na época do Fujimori. E como estamos num período eleitoral turbulento, não ''sabemos'' o que irá acontecer.

Outro ponto importante, é que as feministas afirmam que muitas mulheres morrem ao fazerem o aborto ilegal, então, a legalização e o respaldo médico diminuiria esses números.

Mas partindo de uma analise do ponto de vista marxista, isso também é um erro, pois o correto na realidade é lutar para que as condições objetivas, ou seja, que propiciam o desenvolvimento do processo que leva ao aborto seja interrompido. Porque sabe-se que mesmo após a dita legalização, a pobreza, a miséria, a falta de recursos financeiros e estruturais do atual sistema de saúde pública irão permanecer. Justamente porque as condições do sistema econômico não foram alteradas em nada.


E como dito no título desse texto, faz parte dos interesses das elites e de seus think tanks que nada que seja estrutural do sistema econômico e produtivo mude, pelo contrário, que o seu trabalho possa ficar mais fácil tendo como ponta de lança grupos que, ao menos na teoria, estariam lutando pelos famosos oprimidos.