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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Ho Chi Minh:O individualismo, socialismo e a moralidade revolucionária











Desde o começo de sua existência, a humanidade foi obrigada a lutar contra a natureza para subsistir: luta contra as feras, contra as intempéries. Para vencer nesta luta, cada homem deve apoiar-se na força do número, ou seja, na força da coletividade, da sociedade. Reduzido unicamente a suas forças, o indivíduo não poderia dominar a natureza, nem mesmo sobreviver.

A humanidade deve ainda produzir para ter o necessário para alimentar-se e vestir-se. Mas a produção também deve apoiar-se na força da coletividade, da sociedade. O indivíduo sozinho não poderia produzir nada.

Nossa época é uma época civilizada, revolucionária. Em todos os aspectos, devemos, com maior razão, apoiar-nos na coletividade, na sociedade. O indivíduo não poderia permanecer isolado, devendo integrar-se à coletividade, à sociedade.

É nisso que o individualismo se opõe ao coletivismo. O coletivismo e o socialismo vencerão, enquanto o individualismo será infalivelmente aniquilado.

O modo de produção e as forças produtivas se desenvolvem e transformam-se continuamente, provocando o desenvolvimento e mudanças no pensamento dos homens, nos regimes sociais, etc. Todos sabemos que, desde os tempos antigos até nossos dias, a produção se fazia no começo com paus e com machados de pedra e que depois se desenvolveu empregando a máquina, a eletricidade, a energia atômica. O regime social evoluiu também; passou do comunismo primitivo à escravatura, depois ao feudalismo e ao capitalismo, e hoje quase a metade da humanidade encaminha-se em direção ao socialismo, ao comunismo.

Esta evolução e este progresso ninguém pode impedi-los.

Com o aparecimento da propriedade privada, a sociedade dividiu-se em classes, classes exploradoras e classes exploradas, quando aparecem as contradições sociais e a luta de classes. Desde então, todos pertencem a uma ou a outra classe, ninguém está fora das classes. E cada um exprime a ideologia de sua própria classe.

Na sociedade antiga, os feudalistas e os latifundiários, os capitalistas e os imperialistas oprimiam e exploravam sem piedade as outras camadas sociais, sobretudo os operários e os camponeses. Eles monopolizavam os bens públicos, produzidos pela sociedade, para levar uma vida ociosa e dourada. Mas falavam o tempo todo só de “moralidade”, de “liberdade”, de “democracia”, etc.

Cansados da opressão e da exploração, os operários, os camponeses e os outros trabalhadores levantaram-se para fazer a revolução a fim de libertarem-se e de transformar a antiga sociedade, tão disforme, em uma sociedade nova, melhor, em que todos os trabalhadores conhecerão uma vida feliz e da qual a exploração do homem pelo homem será banida(...)

Fazer a revolução para transformar a sociedade antiga em uma nova sociedade é uma obra gloriosa, mas é também tarefa pesada, uma luta extremamente complexa, longa e árdua. É preciso ser forte para poder levar grandes cargas e ir longe. Somente tendo a moralidade revolucionária como fundamento é que o revolucionário pode cumprir sua tarefa de maneira honrosa.

Tendo nascido na sociedade antiga, cada um de nós conserva em si mais ou menos sequelas dessa sociedade do ponto de vista da ideologia, dos costumes, etc. O aspecto mais negativo e mais perigoso é o individualismo. O individualismo é o antípoda da moral revolucionária. Por menos que reste ainda na pessoa, o individualismo espera a ocasião propícia para desenvolver-se e eclipsar a moral revolucionária, para impedir-nos a inteira devoção à luta pela causa revolucionária.

O individualismo é uma coisa astuta e pérfida: atrai insidiosamente o homem para uma descida fatal. Sabemos que descer uma ladeira é mais fácil que subi-la novamente, por isso o individualismo é ainda mais perigoso.

Para eliminar as sequelas da antiga sociedade, para forjarmos em nós uma virtude revolucionária, devemos estudar, aperfeiçoar-nos, remodelar-nos para progredir sem cessar. Se não nos esforçássemos por progredir, regrediríamos e ficaríamos atrasados. Ora, o homem demorado, o homem atrasado será rejeitado pela sociedade que progride(..)

A luta para chegar ao socialismo é longa e árdua. Exige revolucionários porque ainda existem inimigos da revolução. Estes últimos são de três tipos:

O capitalismo e os imperialistas revelam-se inimigos muito perigosos.

Os usos e costumes atrasados são também grandes inimigos, pois entravam dissimuladamente o progresso da revolução. Mas não podemos reprimi-los, sendo melhor corrigi-los com precaução e perseverança e durante muito tempo.

A terceira categoria de inimigos é o individualismo, a mentalidade pequeno-burguesa que se esconde ainda no interior de cada um de nós. Este inimigo espera a oportunidade - de um fracasso ou de uma vitória — para levantar de novo a cabeça. Ele é aliado dos inimigos das outras duas categorias.

moral revolucionária consiste em lutar decididamente em todas as circunstâncias contra os inimigos, quaisquer que sejam; consiste em estar sempre vigilante, em manter-se pronto para combater, em dar provas de ser indomável. Só sob estas condições pode-se dominar o inimigo e cumprir a tarefa revolucionária(...)

Isso coincide com a moralidade revolucionária. Se nosso Partido, mesmo perseguido pelo implacável terror dos colonialistas e enfrentando múltiplas dificuldades e perigos durante os anos de luta clandestina, tornou-se cada dia mais forte, e se levou a revolução e a resistência à vitória, é porque soube utilizar essa arma de aço: a crítica e a autocrítica.

Mas um pequeno número de membros do Partido, prisioneiros de seu individualismo, tornaram-se altivos, demasiado orgulhosos de seus méritos e passaram a ter opinião boa demais de si mesmos. Criticam os outros, 'mas não querem ser criticados; não praticam a autocrítica ou praticam-na sem sinceridade nem seriedade. Temem perder prestígio, desacreditar-se. Não dão atenção às opiniões das massas, fazem pouco caso dos quadros sem partido. Não compreendem que é muito difícil não cometer erros quando se milita. Não temamos em reconhecer nossos erros; o que devemos temer é não estarmos decididos a corrigi-los. Para isso é necessário prestar-se de bom grado à crítica das massas e praticar sinceramente a autocrítica. Rejeitar a autocrítica e abster-se da crítica conduzirá infalivelmente à degradação moral, ao retrocesso. E aquele que cair nisso será rejeitado pelas massas. É uma conseqüência inevitável do individualismo(..)

O Norte de nosso país encaminha-se, aos poucos, em direção ao socialismo. Essa é uma exigência premente de dezenas de milhões de trabalhadores. É a obra coletiva das massas laboriosas sob a direção do Partido. O individualismo constitui um grande obstáculo para a edificação do socialismo. Por isso, a vitória do socialismo não pode ser dissociada do êxito obtido na luta contra o individualismo.

Combater o individualismo não significa pisotear o interesse pessoal.

Cada homem possui sua personalidade, seus pontos fortes, sua vida privada e familiar. Os interesses pessoais que não estão em contradição com os da coletividade não são interesses ilegítimos. Mas é necessário dizer a si mesmo que só sob o regime socialista cada um tem a possibilidade de melhorar suas condições de vida, de desenvolver seus pontos fortes e sua personalidade(....)

Estudar o marxismo-leninismo é procurar aprender a maneira de resolver cada problema da existência, a maneira de comportar-se em todas as situações, em relação aos outros e a si mesmo; é assimilar os princípios gerais do marxismo-leninismo, para aplicá-los criativamente às realidades de nosso país. Estudamos para agir. Nossos estudos teóricos devem ir de par com as atividades práticas. Certos camaradas aprendem de cor livros inteiros que tratam de marxismo-leninismo. Pretendem saber esta doutrina melhor que ninguém. Mas, na prova da prática, ou mostram-se incapazes de criar, ou ficam embaraçados. Suas palavras e seus atos se contradizem. Estudam livros de marxismo-leninismo, mas não conseguem adquirir o espírito marxista-leninista. Estudam para exibir seus conhecimentos e não para aplicá-los aos problemas da revolução. Isso também é individualismo.

O individualismo gera centenas de doenças perigosas: burocracia, autoritarismo, fraccionismo, subjetivismo, prevaricação, desperdício, etc.
O individualismo amarra suas vítimas, venda-lhes os olhos; elas se deixam guiar por suas ambições e seus interesses pessoais e não pensam no bem-estar da classe operária e do povo.
O individualismo é um inimigo cruel do socialismo. O revolucionário deve aniquilá-lo.

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