Introdução
O foco da publicação é dissertar sobre o que é a Quarta
Teoria Politica, quem é o seu autor, como surgiu, quais são seus objetivos,
aliados e inimigos, enfim, colocar em evidência todas as principais questões
enunciadas e explica-las.
A necessidade de tratar do tema surge pelas dúvidas que surgem do público(militante ou não), que demonstram certa dificuldade em entender e, claro, explicar de forma didática e detalhada do que
se trata essa teoria politica, a base de princípios. Sendo o senso comum e os clichês de cunho
acusatório geralmente postos nos debates. O que acaba por não ajudar de maneira
eficiente o entendimento de quem efetivamente tem o interesse em aprender(ainda que seja para se opor).
As referências que são trabalhadas aqui, por escolha, agrega
a maior quantidade de fontes primárias possíveis, ou seja, usando diretamente
os escritos do próprio idealizador da Quarta Teoria Politica, ou seja, o livro base e através das
organizações e blogs que divulgam seu trabalho no Brasil.
Começaremos pela primeira questão:
Quem criou a Quarta Teoria Politica?
O nome do autor dessa formulação teórica é Aleksandr
Gelyevich Dugin, russo, ex-professor da Universidade Estatal de Moscou,
Sociólogo, filósofo e cientista político, além de geopolítico, presidente do
Centro de Estudos Conservadores da Universidade Estatal de Moscou, pertence ao
departamento de Sociologia das Relações Internacionais daquela universidade [1].
Alexander Dugin também foi um dos fundadores da ''Frente
Nacional-Bolchevique'', em 1994 , que tinha como objetivo utilizar o
nacionalismo russo do tipo tradicional, o conservadorismo, com elementos de
outras ideologias politicas, se podemos colocar assim, juntar diversos
elementos tanto da antiga URSS (principalmente determinadas conquistas da época
soviética), quanto do fascismo e nazismo (Estética, princípios econômicos como corporativismo,
forma de organização, entre outros), criando assim um movimento politico
essencialmente antiliberal (seja no âmbito econômico e social) e
anti-imperialista. Outro fundador dessa Frente foi Eduard Limonov, ambos
romperam politicamente oito anos depois [2].
Em 2002, fundou o Partido da Eurásia, alterado
posteriormente para Movimento da Eurásia, para Dugin o centro da geopolítica
deve ser ''O novo império eurasiático será construído sob o princípio
fundamental do inimigo comum: a rejeição do atlantismo, do controle estratégico
dos EUA, e na recusa de permitir que princípios liberais nos dominem. Este
impulso civilizacional comum será à base da uma união política e estratégica.
Para essa avaliação geopolítica, Moscou, Berlim e Paris
constituem um eixo político “natural”, as teorias de Dugin assentam no conflito
eterno entre a terra e o mar, entre o atlantismo e o eurasianismo, ou seja, entre
os EUA e a Rússia.
Eurasianismo em resumo é ''o movimento eslavófilo que
defendia a rica diversidade da Eurásia, numa espécie de outra via que não
europeia ou asiática, e que juntasse a cultura e tradição da Ortodoxia e da
Rússia'', que ''surge pela primeira vez no século XIX''[3].
Como surgiu a Quarta Teoria Politica?
Existe uma questão importante a ser respondida, a partir
dela podemos colocar em evidência alguns dos pressupostos que levaram a sua
criação. Suas bases fundamentais são ''O pré-requisito para seu aparecimento é
o dissenso. Isto é, o dissenso em relação ao pós-liberalismo como prática
universal, contra a globalização, contra a pós-modernidade, contra o “fim da
história”, contra o status quo, contra o desenvolvimento inercial dos principais
processos civilizacionais na aurora do século XXI''(citado de A Quarta Teoria
Política, p.25)
Ou seja, a Quarta Teoria Politica surge com o intuito de se
confrontar com a modernidade, em todos os âmbitos da vida humana, seja
espiritual, politico, econômico e social. A metafisica é o ponto base dessa
estrutura teórica e dela e por ela todas as questões estão interligadas.
Para Aleksandr Dugin, autor dessa teoria politica, ''O
conservadorismo bem pode ser tradicionalismo''. Pois ''O tradicionalismo mais
lógico – substancial, filosófico, ontológico e conceitual – é aquele que
critica não vários lados da modernidade ou pós-modernidade, mas nega o vetor
fundamental do progresso histórico, ou seja, que per se se opõe ao tempo''[4].
Os três pilares nos quais a Quarta Teoria Politica foi
criada, assim podem ser assinalados; a metafisica (como citado anteriormente), o
tradicionalismo e o conservadorismo, portanto fica óbvio o antagonismo com o
materialismo utilizado pelo marxismo.
Retornando a um dos pontos chaves da QTP é seu embate contra
a modernidade, Dugin discorre sobre esse período da história, dizendo que ''A
modernidade estruturalmente compreendida não é mais destino, algo objetivo e
inevitável, mas a questão de escolher livremente. Assim nós podemos escolher
sermos modernos – atomistas, materialistas, liberais democráticos. Mas podemos
escolher não sermos modernos''. Para ele a modernidade é uma escolha, e não uma
fase necessária no curso do desenvolvimento histórico.
A preservação das ''identidades dos povos'', não só
nacionalmente, mas regionalmente, é outra peça na engrenagem dessa teoria. Já que está ligada ao tradicionalismo, pois
manter a integridade da identidade é uma arma contra a modernidade, o
atlantismo e consequentemente os males da globalização e do liberalismo.
O que é Quarta Teoria Politica?
Como é possível observar, a QTP é essencialmente
antiliberal, porque na visão do autor, o liberalismo é o principal inimigo. E é
contra essa força que os esforços devem ser colocados. Ainda sobre a
modernidade e como Dugin vê a relação com sua teoria politica, ele afirma ''a
ideia principal da Quarta Teoria Política é se afastar do dualismo entre
sujeito e objeto, entre intenção e realização e da topografia dual em que se
baseiam a Filosofia Moderna, a Ciência Moderna e politologia Moderna''.
A Quarta Teoria Politica rejeita, não por completo, apenas
se utilizando de alguns elementos analíticos e teóricos, o marxismo e o
fascismo, no confronto contra o liberalismo. Porque para Dugin, as três
ideologias que dominaram a modernidade; Liberalismo, Marxismo e Fascismo, são
ideologias em sua ''forma completa'' totalitárias. Acrescentando que a segunda
e a terceira teoria politica demonstraram serem ineficazes no seu conceito
homogêneo na luta contra o liberalismo(econômico, social, politico,
filosófico).
Ainda na sua avaliação, tanto o marxismo, com a União
Soviética e o bloco socialista, e o fascismo, com a Itália e Alemanha e outras
experiências, foram completamente derrotadas pelo ocidente capitalista liberal
comandado pelos Estados Unidos.
Dugin diz que essas ideologias politicas ''tentaram
combater o capitalismo liberal e falharam. Isso se deu, em parte, porque no fim
dos tempos, é o mal que prevalece; e em parte por causa das suas próprias
limitações e contradições internas. Então é hora de começar uma profunda
revisão das ideologias antiliberais do passado. Quais são seus pontos
positivos? O seu ponto positivo é o próprio fato delas terem sido
anticapitalistas e antiliberais, assim como anticosmopolitas e anti-individualistas
(citado de A Quarta Teoria Política, p.379).
No que se refere ao marxismo, de forma mais detalhada sobre
o que pode ser usado também pela QTP, o autor escreve o seguinte; Sem
concordarmos com todas as conclusões dogmáticas desta abordagem acerca da
revolução mundial e do papel messiânico do proletariado, a TMM (teoria do mundo
multipolar) aceita a abordagem marxista no que diz respeito a sua apreciação da
natureza e da origem do Ocidente capitalista, denunciando-o como um modelo de
exploração assimétrica que impõe os seus critérios civilizacionais
(capitalismo, livre mercado, demanda pelo lucro, materialismo, consumismo,
etc.) a todos os povos e sociedades''[5]. Isso significa que enquanto arma para
denunciar o liberalismo, entre outros aspectos do capitalismo, pode ser feito,
porém sempre rejeitando a essência do materialismo sendo o cerne principal (como foi apontado anteriormente) e
outros elementos estruturais do marxismo.
A síntese do posicionamento da Quarta Teoria Politica frente
ao Marxismo é exatamente essa ''sua identificação das contradições do
capitalismo, para criticar o sistema burguês e para revelar a verdade por
detrás das políticas demo-burguesas de exploração e escravização apresentadas
na forma de “desenvolvimento” e “libertação”. ''A crítica potencial do marxismo é
extremamente útil e aplicável: ela pode bem ser incluída no arsenal da Quarta
Teoria Política''. Porém ''o marxismo não aparece como uma ideologia que
fornece respostas a um conjunto amplo de questões emergentes (respostas estas
que são racionais e axiomáticas em sua fundação), mas como um mito expressivo
ou como um método sociológico profícuo.
Em resumo, segundo suas próprias palavras ''O marxismo que
podemos aceitar é o marxismo mítico-sociológico''[6].
Entre as criticas a Terceira Teoria Politica, fascismo e do nacional-socialismo,
Aleksandr Dugin faz suas observações sobre alguns problemas que ele avalia
serem negativos a essas ideologias enquanto exercia o poder, uma das criticas é
que ''Se baseava em um pequeno nacionalismo. Desse modo, temos alemães contra
franceses, eslavos e assim sucessivamente. Isso era um erro e muitos pensadores
alemães e combatentes que apoiavam Hitler estavam contra tal posição (incluindo
Leon Degrelle, por exemplo). O nacionalismo alemão ou italiano é uma questão
finalmente insignificante'‘, pois ''A chamada ao retorno às raízes europeias
(germânicas, indo-árias) foi algo legítimo e bom. Porém a oposição da profunda
identidade da Europa às identidades de outras sociedades (muito menos
modernizadas que a Alemanha do século XX) era absolutamente equivocada e
injustificável''[7].
Também descreve que o racismo, a xenofobia e o chauvinismo
''não são apenas falhas morais, mas são também atitudes teórica e
antropologicamente inconsistentes. Diferenças entre etnias não resultam em
superioridade ou inferioridade. As diferenças devem ser aceitas e afirmadas sem
nenhum tipo de sentimento ou consideração racista. Não existe uma medida comum
ou universal para julgar diferentes grupos étnicos. (citado de A Quarta Teoria
Política, p380)
Continuando suas analises sobre o que é, e o que representa
a Terceira Teoria Politica atualmente, ele conclui ''Hoje o
"fascismo" consiste só nos pontos débeis e perversos. É totalmente
redutível a estes quatro pontos: é moderno (como o conceito de Nação é
moderno), eurocêntrico, chauvinista e primeiro anticomunista e só depois
(demagogicamente) crítico do liberalismo. Reúne todos os pontos débeis do
fascismo histórico e está totalmente desprovido de qualquer coisa positiva. É
por isso que não é mais que uma caricatura. É por isso que deve ser superado e
transcendido. É por isso que só serve como uma arma secundária para os liberais
(assim como os neo-esquerdistas, os anti-globalistas e os eco-palhaços - todos
esses também títeres dos amos capitalistas), e ''O fascismo está semântica e
historicamente esgotado. Seus restos são uma autoparódia. Isso nos resplandece.
Vamos dar um passo adiante''.
Nesse trecho ele resume sua opinião sobre as duas teorias
politicas, e deixa claro sua posição “A segunda e terceira teorias políticas
[fascismo e marxismo] devem ser reconsideradas, selecionando nelas o que deve
ser descartado e o que possui valor em si mesmo. Enquanto ideologias completas
elas são inteiramente inúteis, seja no plano teórico, seja no plano prático” [8].
Portanto, para os adeptos da Quarta Teoria Politica o seu posicionamento frente
às duas outras teorias é o de ''nós devemos rejeitar categoricamente o
anticomunismo, assim como o antifascismo. Ambos os preconceitos são ferramentas
contrarrevolucionárias nas mãos da elite liberal global. (citado de A Quarta
Teoria Política, p.382).
Diante dessas analises, o que pode ser afirmado sem sombra
de dúvida, é que a Quarta Teoria Politica se apresenta como um revisionismo histórico, ou didaticamente explicando, uma revisão das teorias
politicas até então existentes da modernidade com o objetivo de supera-las. Em tese
ultrapassando seus limites ''dogmáticos'' para favorecer uma geopolítica eficiente e realista em
contraposição ao atlantismo, o multiculturalismo e consequentemente todos os
valores liberais do ocidente.
Ao mesmo tempo em que não traria o ''sectarismo'' ideológico
e teórico aos processos políticos internos, podendo o respectivo país e o grupo
que então governar desenvolver suas próprias formas econômicas e de
organização. Preservando sempre sua ''identidade e tradição'’ nacional e
regional.
Quais os objetivos da Quarta teoria politica?
Se contrapor a globalização, segundo o próprio Dugin '' a
globalização é a criação da Grande Paródia, o reino do Anticristo. E os Estados
Unidos são o centro da sua expansão. Os valores estadunidenses fingem ser
“universais”. Esta é a nova forma de agressão ideológica contra a
multiplicidade de culturas e tradições que ainda existem no resto do mundo. Eu
sou decididamente contra os valores Ocidentais, que são essencialmente
modernistas e pós-modernistas e são promulgados pelos Estados Unidos a força ou
intromissão (como no Afeganistão, Iraque, Líbia e, em breve, Síria e Irã). (citado
de A Quarta Teoria Política, p.376).Acrescenta também que ''todos os
tradicionalistas devem ser contra o Ocidente e contra a globalização, assim
como contra as políticas imperialistas dos Estados Unidos. Esta é a única
posição lógica e responsável. Então os tradicionalistas e os partisans dos
princípios e valores tradicionais devem se opor ao Ocidente e defender o resto,
caso o Resto mostre sinais de conservação da Tradição, quer em parte, quer inteiramente.
Através da revisão histórica, e a superação da
''dogmatização'' das outras duas teorias politicas (Marxismo e suas vertentes,
Fascismo e suas vertentes) o objetivo se torna formular uma aliança contra o ''inimigo em comum'',
o liberalismo.
Dugin formula e descreve a proposta da Quarta Teoria sobre isso: ''nós precisamos unir a direita, à
esquerda e as religiões Tradicionais do mundo em uma luta comum contra o
inimigo em comum. Justiça social, soberania nacional e valores Tradicionais são
os três principais princípios da Quarta Teoria Política. Não é fácil formar uma
aliança tão diversificada. Mas nós devemos tentar se quisermos derrotar o inimigo.
(citado de A Quarta Teoria Política, p383).
Para conseguir essa união que, historicamente, e pelos seus
fundamentos ideológicos, sempre se mostrou extremante complexa e com inúmeras variáveis, o autor continua ''No
caso do comunismo, o sujeito central era a classe. No caso dos movimentos de
Terceira Via, o sujeito central era ou raça ou nação. No caso das religiões, é
a comunidade de fieis. Como poderia a Quarta Teoria Política lidar com essa diversidade
e divergência de sujeitos? A resposta, segundo sua analise, estaria '' no
conceito Heideggeriano de Dasein (Ser-Aí). É um conceito concreto, mas
extremamente profundo que poderia ser o denominador comum para o posterior
desenvolvimento ontológico da Quarta Teoria Política. Ou seja ''Todo indivíduo
e toda cultura possuem seu próprio Dasein. Eles diferem entre si, mas estão
sempre presentes (citado de A Quarta Teoria Política, p: 383,384).
Os objetivos em longo prazo são, com a aplicação dessa teoria que''O mundo futuro precisa ser noético de algum modo – multiplicidade e
diversidade deveriam ser tomadas como riquezas e como tesouro, e não como razão
para o conflito inevitável: muitas civilizações, muitos polos, muitos centros,
muitos sistemas de valores em um planeta e uma humanidade. Muitos mundos.(citado
de A Quarta Teoria Política, p384).
A Teoria Geopolítica: Mundo Multipolar
A teoria da Multipolaridade delimita a linha divisória entre
aliados e inimigos no que tange a geopolítica internacional, é possível
dividi-la em cinco partes importantes, expondo de maneira clara seus objetivos
e fundamentos.
-O Mundo Multipolar é uma alternativa radical ao Mundo
Unipolar (que existe de facto na atual situação), dado que insiste na presença
de uns quantos Centros Decisores independentes forem possíveis a nível global.
-Estes Centros devem encontrar-se suficientemente e
financeiramente equipados, sendo materialmente independentes de modo a
conseguirem defender a suas soberanias no caso de uma invasão direta levada a
cabo por um inimigo potencial (tomemos como exemplo a potência mundial mais
poderosa). Esta condição resume-se à capacidade de conseguir resistir à
hegemonia estratégico-militar dos Estados Unidos e dos países da OTAN.
-O Mundo Multipolar não significa um regresso ao sistema
Bipolar, dado que hoje não existe qualquer força estratégica ou ideológica
capaz de, por si só, resistir à hegemonia espiritual e material do Ocidente
moderno e de seu líder – os Estados Unidos. Devem existir mais de dois polos em
um Mundo Multipolar.
-O Mundo Multipolar não reconhece a soberania dos atuais
Estados nacionais, soberania esta assente sobre uma base meramente legal e que
não se confirma na prática […]. No século XXI, ser um Estado nacional já não é
suficiente para se for uma entidade soberana. Em tais circunstâncias, a
verdadeira soberania só pode ser obtida por intermédio de uma combinação, de
uma coligação de Estados. O sistema westphaliano, que continua a existir de
jure, já não reflete a realidade do sistema das relações internacionais e
precisa ser revisto.
E por fim ''O multipolarismo não se reduz a apolarismo e nem
ao multilateralismo, dado que estes não colocam o centro decisor (o polo) no
seio de um governo mundial, nem na clave dos EUA e de seus aliados democráticos
(o “Ocidente global”), nem no nível das redes sub-estatais, ONGs e outras
instâncias da sociedade civil. O polo deve localizar-se noutra esfera qualquer
[no caso da teorização de Dugin, na esfera da Civilização]. [9]
Breve Analise
Como é possível concluir, ao menos para os iniciantes no
estudo da politica, militância, não é fácil explicar em poucas palavras, ou de
forma muito simplista, o que é a Quarta Teoria Politica. Justamente pelo fato
da sua heterogeneidade, por isso é importante passar mesmo que rapidamente
pelos pontos chaves desde sua criação, fundamentos e desenvolvimento, pois
dessa forma é mais dinâmica e contextualizada a sua estrutura.
As organizações criadas a partir da Quarta Teoria Politica
têm posições diferentes nas diversas partes do mundo onde atuam. Nelas, como
foi posto durante todo o artigo, aproximam-se pessoas das três teorias
politicas, além dos iniciantes na atuação politica que não tem até então
posição ideológica definida. Todos sob o ''guarda-chuva'' antiliberal,
conservador e identitário.
Essas organizações apoiam diferentes atores políticos,
inclusive antagônicos em sua essência, caso aplicássemos o marxismo como
princípio analítico. Isso ocorre porque a Quarta Teoria Politica é assim
fundamentada, permitindo no mesmo momento apoio a Venezuela e o processo da
revolução bolivariana, Bolívia, Equador entre outros governos de cunho
nacionalista popular, socialista em contraposição ao imperialismo na América
Latina, e a Frente Nacional da França, ou outros grupos historicamente ligados
á extrema-direita europeia.
Em debates alguns comunistas, socialistas, sinceramente
apresentam sua preocupação em relação ao pós-modernismo e liberalismo crescente
no amplo espectro da esquerda, e consequentemente a esse fato, o possível
crescimento de grupos baseados na QTP. Bem, isso realmente pode acontecer,
porém a aproximação e posterior aprofundamento destes elementos nas
organizações Quarto teóricas não é o problema.
O que a esquerda deve realmente se preocupar é com a causa,
e não o efeito, ou seja, é por que outras organizações que não as suas, teorias
politicas que não as suas (apenas usando alguns aspectos), estão atraindo os
jovens, adultos, por vezes já desgostos de suas respectivas ligações politicas.
Nessa perspectiva, a autocritica é o inicio do
trabalho necessário e urgente a ser feito. O ''bloco'' politico (heterogêneo)
comunista, socialista, popular, não pode permanecer estático enquanto assiste
seu campo ideológico ser dissolvido (o que não é de hoje). O oportunismo, as
capitulações, o comportamento pequeno burguês do individualismo e do
subjetivismo devem ser combatidos fortemente.
Referências:
Livro: A Quarta Teoria Politica, Aleksandr Dugin, 2012
Obrigado por essa e todas outras postagens,sou um grande fã de quase todos os revolucionários socialistas do século 20,mas infelizmente se os mesmos estivessem presentes hoje na New left,acho que a grande maioria teria vergonha de ser de esquerda... não tenho uma opinião formada sobre a qtp ainda,mas uma coisa é certa todas as ideologias estão mortas e somente o liberalismo cresce cada vez mais.
ResponderExcluirExcelente exposição do trabalho desse filósofo. Não conhecia essa teoria, mas apreciei muito !
ResponderExcluirO Dugin teve um debate com Olavo de Carvalho que está registrado no livro intitulado "EUA E A NOVA ORDEM MUNDIAL".
ResponderExcluirParabéns pela exposição lúcida e honesta da Quarta Teoria Política.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMinha pergunta é : Quantos milhões de pessoas devem morrer para esta novidade ser implantada ? Mais que os cem milhões que o comunismo matou ? Mais que o fascismo matou também ? A soma dos mortos ?
ResponderExcluirVocês e suas sandices vermelhas !
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, mas fala bosta demais.
ExcluirÉ de se duvidar que isso possa dar certo, pois os débeis nunca vão entender que enquanto os parasitas psicopatas continuarem a chegar no poder, seja por qual lado for, direita ou esquerda, religião ou na empresa, a maioria continuará a ser sugada por uma minoria que possui sérios transtornos de conduta. O Vladimir Podre mesmo da Rússia é um exemplo de psicopatinha que além de ter bilhões roubados, ainda por cima coloca o povo para trabalhar até a morte. Trump é outro narcisista que só se preocupa com seu parasitismo. De nada adianta criar algo novo, pois se os seres humanos não desenvolverem meios para que parasitas não cheguem ao poder, viveremos uma hipocrisia, com disfarce de multipolaridade, quanto na verdade estaremos sob ameça de ogivas russas, ou de qualquer outra nação cujos líderes possam se sentir ameaçados. Se realmente quisessem criar algo de útil, isso seria feito mediante uma democracia, não como a dos EUA, que tem influência de uma elite de psicopatas e parasitas, nem como a da Rússia, que é Kleptocracia com um cadáver que nunca mais deixou o poder, e que manipulou as eleições, mas com uma democracia conscientizada, com uma população estimulada a usar o senso crítico e a praticar as virtudes. Dugin é mais um desses utopistas que vão falhar por não entenderem não saberem como lidar com os parasitas que chegam no poder, causam ódio e genocídio apenas para se manterem confortáveis, com o ego dientio satisfeito. No entanto, farei questão de ler esse livro, afinal, se houver idéias boas, vou acolher, pois assim deveria ser com o ser humano, separar o que é bom para seu subjetivo, debater idéias ao mesmo tempo em que se respeita os que são e pensam diferentes. HASTA!!
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