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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A turnê internacional de Haddad não vai derrotar o projeto bolsonarista

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O ex-candidato a presidência da república, derrotado, Fernando Haddad do PT, reiniciou sua turnê internacional rumo ás universidades e centros de apresentações nos Estados Unidos e Europa, levantando sempre muitos aplausos e reconhecimento da grande mídia estrangeira por sua carreira acadêmica e posicionamento ''intelectual'' frente aos problemas colocados para o Brasil.

Na realidade, a esquerda brasileira, assim como a internacional, o famoso neoliberalismo progressista, gostam de se afagar e abraçar pelas derrotas avassaladoras que vem sofrendo por todo o mundo e sistematicamente para a extrema-direita e os neoconservadores com seus projetos privatistas. É uma forma de terapia de autoajuda politica para que possam sentir-se menos culpados diante do profundo lamaçal o qual os seus partidos em momentos distintos, submeteram o povo trabalhador e a classe média nesses últimos tempos.

São os famosos ''democratas'' como Felipe Gonzalez, por exemplo, executor de programa neoliberal criminoso na Espanha após a ''transição planejada'' da ditadura franquista. E também, hoje, grande defensor do golpe promovido pelos Estados Unidos contra a Venezuela.

O Partido dos trabalhadores, é sempre importante lembrar, foi o principal motor propulsor do atual projeto neoconservador-liberal que estamos sendo submetidos atualmente. Praticou uma politica de conciliação de classes, sempre favorecendo o sistema financeiro, ou seja, os bancos, elogiado e proferido aos quatro ventos pelo próprio Lula.

Promoveram a desmobilização da classe trabalhadora em troca de migalhas (que já foram tiradas há muito tempo, inclusive pela própria Dilma), firmaram leis de endurecimento penal para atacar manifestações (Dilma lei antiterrorismo) que agora serão usadas contra os movimentos sociais legítimos da luta popular, como o MST, MTST e sindicatos.

Os fatos apontados representam apenas uma parte dos inúmeros erros praticados pelo PT em seus governos, pois, nenhum dos lideres que encabeçaram o governo federal demonstrou qualquer atitude de mudança na direção de um programa nacional verdadeiramente popular, de industrialização nacional e o rompimento da dependência dos setores estratégicos ligados ao capital internacional.

Nas eleições de 2018, a campanha promovida pelo PT e, então, o seu candidato Fernando Haddad, era de que o país iria acabar, o ''fascismo'' tomaria conta, a ''barbárie venceria a civilização'' caso o Bolsonaro vencesse, pois bem, qual foi a primeira atitude do candidato do PT no dia seguinte á derrota nas eleições ?

Sim, desejar felicitações ao novo governo e que pudesse implementar suas medidas com ''boa sorte'', pode parecer uma piada, mas vindo do PT é o modus operandi. É literalmente fazer o povo de idiota, praticar o terrorismo eleitoral, inflar as preocupações das pessoas, para no minuto seguinte, dizer com a maior naturalidade que era tudo ''brincadeira'' ou sem ''importância''. Já que uma atitude dessas na pratica representa exatamente.

O Partido dos trabalhadores e o novo pupilo midiático, Fernando Haddad, ao invés de promoverem uma caravana internacional num momento de profundos ataques e destruição do patrimônio público e das riquezas nacionais, precisam efetivamente colocar com extrema urgência viagens e mobilizações nas favelas, periferias e sertões deste país.

Já passou da hora de ir de encontro ao povo, conversar com os trabalhadores nas fabricas, juntar-se ás organizações de moradores das favelas e aos sertanejos vigilantes da nossa tradição cultural. O momento não é a busca por reconhecimento estrangeiro perante um governo que é deslegitimado por grande parte da comunidade internacional, o plano agora é reagrupar nosso povo que está abatido, desanimado com a politica e rejeita qualquer posição para construir um futuro melhor para o Brasil tendo um projeto nacional-popular como guia mestre de seus caminhos.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Pragmatismo tem limites, PCdoB!!

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O acordo estabelecido entre PCdoB e Maia para a eleição da câmara nada mais representa efetivamente do que a velha fome politica por cargos e influência administrativa no congresso.

Dialogar ao ponto de ceder posições, principalmente, simbólicas do ponto de vista politico apenas afunda um pouco mais os respectivos partidos que, diga-se de passagem, não precisam fazer grandes esforços para continuarem no limbo moral e estratégico do cretinismo parlamentar.

A dependência politica, em qualquer grau, ligada ao setor institucional só proporciona derrota e desmoralização ideológica. O povo, particularmente os trabalhadores, odeiam os políticos, tanto é que o nível de abstenção tem se mostrado cada vez maior nas eleições por parte das periferias.

Essa destruição da confiança popular para com os partidos de um modo geral, mas em particular os do campo da esquerda, advêm de toda a podridão corriqueira praticada pelos personagens da cena politica atual. Elementos que vivem da estrutura institucional formam seus próprios clãs de sustentação e se afastam dos reais princípios pelos quais deveriam atuar de lado.

Obviamente não foi o primeiro caso, e não será o ultimo, O agravamento ocorre pelo momento extremamente difícil, de refluxo da mobilização dos trabalhadores, e do ascenso sem freio que a extrema-direita vem conquistando nos últimos anos, baseada em desmoralizações deste tipo. Provocadas por forças parlamentares sem nenhum tipo visão contextual da politica para com o anseio do povo.

A vitória de um programa nacionalista, popular, combativo, passa pelo esmagamento completo desses partidos, mas acima de tudo dos seus representantes que até hoje serviram pura e simplesmente ao parasitismo individualista e empresarial das mais variadas formas.


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Evo Morales é um traidor por extraditar Battisti ? A politica é mais complicada do que isso

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O governo italiano formado pela Lega Nord e M5C(movimento 5 estrelas), representado por Matteo Salvini, conseguiu êxito em sua busca pelo ex-militante armado do  PAC (Proletários Armados pelo Comunismo),Cesare Battisti, capturado no último dia 13, na Bolívia, através de uma ação conjunta entre as autoridades policiais bolivianas e italianas..

A prisão só foi possível, como se sabe, pela entrega voluntária por parte do governo boliviano do ex-militante, então, Battisti , informou as autoridades a sua localização para que fosse analisada a possibilidade da concessão de asilo politico.

O governo boliviano rejeitou em negociações com a Itália que Battisti fosse antes levado ao Brasil para posteriormente ir á Roma. Juridicamente acabou prejudicando-lhe mais, pois, a Itália e o Brasil possuem um acordo de pena máxima que chega até 30 anos, nesses casos. Mas com a Bolívia não tem essa validade.

Deste modo, a policia logrou encontra-lo e com isso seguir o processo de extradição para Roma, onde cumprirá uma sentença de prisão perpetua pelas ações que praticou da década de 1970,  as quais foi condenado, e vem sendo procurado desde 1990.

Para parte da esquerda tal ação do presidente da Bolívia, Evo Morales, representou pura e simplesmente uma traição ao conhecido ''internacionalismo'' e os ''direitos humanos'' garantidos á todo perseguido politico. ''Um socialista jamais deveria agir dessa forma, rejeitando princípios tão elementares''.

Pode-se analisar que, a decisão de entrega-lo sem julgar o mérito do seu pedido de asilo politico, assim como informar ás autoridades policiais italianas do seu paradeiro, constitui-se efetivamente um erro politico no âmbito humanitário, digamos. Porém, é importante também ver para além do que está colocado em evidencia, nos bastidores.

As questões geopolíticas são de suma importância para qualquer país, seja para economia, diplomacia, militar etc. Para um país como a Bolívia, dependente da venda de sua produção energética para conseguir divisas em prol do desenvolvimento industrial, tecnológico e social, ainda mais.

Isto porque houve uma virada ideológica no mundo, ao menos em alguns países que tem influencia estratégica na sua região. Brasil, Argentina, Chile, Venezuela (numa guerra interna), portanto, neste momento, a Bolívia encontra-se isolada nesse sentido, tendo apenas o Uruguai (país pequeno, com as mesmas questões econômicas que a Bolívia) como parceiro do mesmo espectro ideológico.

A Bolívia tem como principal parceiro comercial o Brasil, inclusive, neste ano de 2019 haverá as negociações para a renovação do contrato comercial relacionado ao gás boliviano, assunto de extrema importância para a economia e os planos do governo para o próximo período na Bolívia. Logo, caso o Evo Morales, concedesse o asilo politico com atual contexto geopolítico na América Latina, as consequências como não são difíceis de imaginar poderiam ser muito negativas.

É claro e notório para todo o público o modus operandi do atual governo Bolsonaro e a sanha serviçal que este tem em demonstrar o viralatismo aos seus donos estrangeiros, portanto, o governo boliviano agiu de forma defensiva, não querendo alimentar um problema externo com o mandatário brasileiro e ao mesmo tempo, direta e indiretamente, possivelmente prejudicando os acordos comerciais que serão formulados no próximo período.

Não se pode ter ingenuidade na politica, a hegemonia unipolar norte-americana é a verdadeira culpada de episódios desse tipo, jamais o governo boliviano. Do ponto de vista pragmático e de realpolitik  as decisões do Evo Morales obtêm respaldo.

Gerar maiores antagonismos sem condições estratégicas de reação e apoio externo leva apenas prejuízos de toda a ordem. A consciência politica e ideológica de Evo Morales buscou colocar o  melhor para o seu povo, e isso também traz consequências.


Entender que nem sempre o que é preciso fazer, é possível fazer, em determinado momento histórico, na grande politica, aquela que toma decisões difíceis e contraditórias as vezes, eis a verdade inegável. Com certeza é difícil e desalentador para muitos compreenderem o processo concreto das decisões politicas, por isso o grande desafio é o trabalho incessante no desenvolvimento de movimentos políticos que se contraponham, unam forças, e criem novas alianças contra a hegemonia norte-americana e os seus satélites rumo a uma geopolítica efetivamente anti-imperialista.

A situação da Bolivia em relação a renovação de contrato de exportação do gás ao Brasil
https://www.valor.com.br/internacional/6051709/morales-corteja-bolsonaro-de-olho-em-renovacao-do-contrato-de-gas

Quem é  Matteo Salvini e quais são os posicionamentos do atual governo Italiano de coalização ?

https://istoe.com.br/matteo-salvini-o-lider-da-nova-direita-anti-inmigracao-da-italia/

Salvini adere à aliança de Netanyahu com o nacionalismo populista europeu






sábado, 12 de janeiro de 2019

A esquerda deve apoiar o porte de armas ? Lenin responde!!

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O debate sobre o tema das armas, em especial, do porte e posse de armas no âmbito nacional ganhou espaço de forma estrondosa nos últimos tempos, impulsionado, neste caso, pela extrema direita que vem crescendo em numero e visibilidade. Porém o que deve ser analisado é o seguinte: 

Por que a pauta do porte e da posse de armas vem ganhando apoio e propaganda, sendo abraçada por um maior numero de pessoas ao passar dos anos ?

A resposta é simples; a violência existente no Brasil, com mais de 60 mil homicídios anuais, isso os contabilizados oficialmente, apenas 6% deles são solucionados, uma estrutura policial e judiciaria corrupta, além do próprio sistema politico, todos eles envolvidos em graus variados na formação do Narco-Estado atual, é o mapa do caos que atualmente o país vive.

Todo o projeto do neoliberalismo implantando em território nacional apenas gerou uma maior precarização social, politico-administrativa e um avanço na organização do Estado paralelo, comandado pela elite institucional com braços nas camadas mais baixas da  pirâmide social.

O resultado obviamente não poderia ser diferente: a completa descrença popular no sistema, gerando uma cadeia de fatores que a extrema direita tem conseguido interligar para ampliar o seu poder de alcance.

A descrença no status quo é positiva, pois, representa o primeiro passo para o desenvolvimento de uma politica mais profunda de lutas e conscientização dos trabalhadores. Todavia, a esquerda, hoje, não tem essa capacidade ideológica de arregimentar a revolta em prol dos objetivos imediatos para o mais relevantes dos embates; o poder.

À esquerda ''esqueceu'' propositalmente dos seus princípios fundadores, primordialmente, na luta de classes, na luta contra a burguesia, abandonou tudo pelos cargos parlamentares, financiamentos de Ongs internacionais, abertura para a grande mídia e o identitarismo universitário pós-moderno. Eles precisavam ser tragáveis de acordo com o paladar burguês, portanto, rejeitar o que leva a mudança real é fundamental.

Mas vamos ao que interessa, ao titulo deste texto:

O que Lenin, líder da revolução bolchevique na Rússia diz sobre o ''desarmamento'' pregado pela esquerda atualmente, incluindo, comunistas ?




''Uma classe oprimida que não aspire a aprender a manejar as armas, a possuir armas, tal classe oprimida mereceria apenas ser tratada como são tratados os escravos. Pois não podemos esquecer, sem nos transformarmos em pacifistas burgueses ou oportunistas, que vivemos numa sociedade de classes e que dela não há nem pode haver outra saída que não seja a luta de classes. Em qualquer sociedade de classes, seja ela baseada na escravatura, na servidão ou, como agora, no trabalho assalariado, a classe opressora está armada. Não só o actual exército permanente, mas também a atual milícia, mesmo nas repúblicas burguesas mais democráticas, por exemplo na Suíça, são o armamento da burguesia contra o proletariado. Esta é uma verdade tão elementar que talvez não haja necessidade de nos determos nela em especial. Basta lembrar o emprego de tropas contra os grevistas em todos os países capitalistas.
O armamento da burguesia contra o proletariado é um dos factos mais consideráveis, fundamentais e importantes da moderna sociedade capitalista. E perante este facto propõe-se aos sociais-democratas revolucionários que apresentem a «reivindicação» do «desarmamento»! Isso seria uma negação total do ponto de vista da luta de classes, uma renúncia de qualquer ideia de revolução. A nossa palavra de ordem deve ser: armar o proletariado para vencer, expropriar e desarmar a burguesia. Esta é a única táctica possível para a classe revolucionária, táctica que decorre de todo o desenvolvimento objectivo do militarismo capitalista e é determinada por este desenvolvimento. Só depois de o proletariado desarmar a burguesia é que poderá, sem trair a sua tarefa histórico-universal, atirar para o ferro-velho todo o armamento em geral e, indubitavelmente, o proletariado fá-lo-á, mas só então, de modo nenhum antes''.
Fica bem claro, então, qual é a posição clássica e inequívoca a qual a esquerda e seus representantes deveriam defender e basear os seus programas políticos, qualquer coisa fora disso é capitulação ideológica ao paradigma institucional e parlamentar.
É claro que outras ações devem ser feitas para a diminuição da violência, da conclusão das investigações, e também sobre a destruição do Narco-Estado, mas este texto especificamente trata do desarmamento abraçado pela esquerda.


Aos que desejarem ler o texto completo do Lenin:

Com 62,5 mil homicídios, Brasil bate recorde de mortes violentas:

Conforme dados oficiais da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, somente 6% dos homicídios dolosos (com intenção de matar) são solucionados no país:

PMs presos em SP recebiam "mesada" de traficantes ligados ao PCC

PCC usava igreja evangélica para lavar dinheiro em SP, diz PF




sábado, 5 de janeiro de 2019

A derrota do imperialismo norte-americano passa pela libertação da Europa

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A Europa é vista, para o bem ou mal, como o berço histórico mais importante para o ocidente, sendo assim, uma base do passado, presente, e para o futuro de grande parte da humanidade. Diante dessa importância, pouco se fala no âmbito politico da evidente subjugação que o seu povo vem sofrendo por parte do poderio militar norte-americano desde o pós-guerra.

É evidente que a segunda guerra mundial e o resultado final desse que foi a maior tragédia recente da humanidade, em larga escala, gerou uma reorganização das forças politicas e econômicas mundiais, alterando as peças fundamentais da geopolítica internacional e consequentemente do território europeu.

O domínio norte-americano foi sendo construído desde antes a sua participação direta na guerra, quando o país começou com os empréstimos financeiros á Inglaterra, envio de armamentos e comida. Todos esses suprimentos, e a deficiência inglesa em conseguir reagir frente o ataque alemão, levaram os ingleses a uma debilidade internacional no que se refere ao controle de suas colônias e ao comercio exterior.

Após o término da guerra, claro, a Inglaterra foi obrigada a entregar os territórios colonizados, até então dominados pelo seu poderio politico. Isso ocorreu em duas frentes, como descrito antes, a deterioração obtida pela guerra, favoreceu os grupos de libertação nacional, sendo o principal exemplo; a Índia, e, em conjunto, as dividas monstruosas com os Estados Unidos.

Os primeiros passos começaram ali, todavia, com a expansão conseguida pelo avanço do seu exercito durante a guerra, os estadunidenses jamais iriam abrir mão de tal oportunidade histórica para o estabelecimento do controle econômico e comercial, por meios políticos, das suas recém-conquistadas novas colônias.

A desculpa da ''ameaça comunista'', o processo de criação e implantação da guerra fria, nada mais serviram como argumento externo de imposição ideológica, politica, militar e econômica dos interesses norte-americanos. Naquele momento, os Estados Unidos tiveram a oportunidade, e aproveitaram perfeitamente, de construir a sua própria ''cortina de ferro'', esta sim verdadeiramente antinacional e contra as liberdades internas de cada região afetada.

A criação da OTAN, e posteriormente dos outros órgãos regulatórios da ''unidade'' europeia, completamente artificial e sempre dirigida pelos fantoches das transnacionais, representam até o momento, uma entidade externa na contenção dos interesses populares dos trabalhadores europeus que estão sub judice dos bancos.

O desmantelamento da UE é um passo importante para o enfraquecimento e derrota dos norte-americanos na Europa. Para derrotar concretamente o imperialismo e tirar os seus tentáculos do dinheiro que grandemente lhe financia é fundamental dissolver os satélites políticos e econômicos mantidos por eles.

Um país europeu que rompe com a lógica da falsa união promovida pelos Estados Unidos através da UE dá o primeiro passo para o processo de libertação nacional e independência territorial, comercial e financeira.


As forças politicas que atualmente tem aventado essa possibilidade são taxadas de extrema direita. Pois, no espectro ideológico considerado á esquerda poucas tem se manifestado a favor do rompimento dentro da UE. As duas exceções são o CSP-partido comunista italiano, e o KKE (Partido comunista Grego).

A esquerda é contra tal proposta pelo simples fato que está completamente adaptada e se nutre das instituições. Perdeu o sentido contestador, a teoria critica e uma perspectiva de mudança da estrutura do Estado, econômico ou mesmo social.

O neoliberalismo progressista representado pelo Partido Socialista Francês, Partido Democrático italiano, Partido Socialista Operário Espanhol, apenas servem como soldados rasos dos interesses do sistema financeiro e de lobbys indenitários. Claro, nem é preciso citar que a direita é apenas mais uma peça nesse tabuleiro, as cores e o discurso mudam, porém a prática é idêntica e ambos têm o mesmo objetivo: a estabilidade do status quo.

Portanto é importante destacar a necessidade de rejeitar todas as formulações políticas que levem no caminho do conformismo, do servilismo pueril e do internacionalismo financeiro. Para cortar as fontes importantes de financiamento que são sugadas pelos Estados Unidos é primordial a luta sistemática contra a falsa ideia de UE promovida e controlada pelos inimigos dos trabalhadores, a elite financeira representada pelos bancos e transnacionais.

 A derrota do imperialismo norte-americano passa pela libertação da Europa.




quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A Tirania do neoliberalismo


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A doutrina do choque se baseia em ataques agressivos diretos contra a população nos seus direitos mais elementares, principalmente na economia, voltando-se sempre contra as riquezas nacionais e o patrimônio publico.

Temos na história alguns exemplos dessa metodologia neoliberal, em particular, a partir dos anos 70. Provavelmente as experiências mais fáceis de apresentar como exemplo prático que tem como principio o neoliberalismo, seja o Chile de Pinochet, assim como os Estados Unidos, de Ronald Reagan, ou, sem esquecer, Iraque e Líbia pós-invasão norte-americana.

O neoliberalismo nasce na escola de Chicago

escola de Chicago atua como chave mestra na arte da destruição social, com um objetivo claro; a entrega completa dos bens públicos nas mãos do capital privado, de preferencia, lógico, por preços estranhos (bem abaixo do preço de mercado) a própria estrutura do livre mercado. 

Numa entrevista, a autora do livro ''A doutrina do choque'' Naomi Klein mostra como foi criada o celeiro do neoliberalismo nos Estados Unidos. 
''A Escola de economia de Chicago representa essa contrarrevolução contra o Estado de bem estar social. Nos anos cinquenta, Harvard e Yale e as oito escolas mais prestigiadas dos EUA estavam dominadas por economistas keynesianos, pessoas como John Kenneth Galbraith, que acreditava que depois da grande depressão, era crucial que a economia funcionasse com uma força moderadora do mercado. E foi a partir daí que nasceu um ‘novo contrato’, a do Estado de bem estar social e tudo isso que faz com que o mercado seja menos brutal e se tenha uma espécie de sistema público de saúde, seguro desemprego, assistência social, etc.

A importância do Departamento de Economia da Universidade de Chicago é que realmente ele foi um instrumento de Wall Street, que financiou muito, muito consideravelmente a Universidade de Chicago. Walter Wriston, o chefe do Citibank era muito amigo de Milton Friedman e a Universidade de Chicago se converteu em uma espécie de ponto de partida da contrarrevolução contra o keynesianismo e o novo contrato social com o objetivo de desmanchá-lo''.

O maior representante ideológico dessa tirania é o economista Milton Friedman, diga-se na verdade o elemento que conquistou maior destaque internacional pelos seus contatos políticos e por seus estratagemas financeiras.

O que é Doutrina do choque?

A filosofia da Doutrina do Choque é de poder, assim como tudo relacionado á politica, tem sempre ligação direta com o neoliberalismo e por consequência, o sistema financeiro. Importante ressaltar a necessidade dos elementos implantadores dessa estratégia na instauração do caos social.

Para o neoliberalismo existe uma evidente preocupação com a ordem (no discurso), mas na pratica é importante que a desorganização possa reinar, pois, dessa forma, as medidas que são largamente antipopulares podem ter um desenvolvimento mais rápido e amplo.

A confusão, as discussões, as brigas e disputas, geralmente por motivos secundários e num momento como o descrito, apenas favorecem o rolo compressor das privatizações criminosas e ataque aos trabalhadores.

Neste outro trecho da entrevista, Naomi Klein, que sistematizou o funcionamento do neoliberalismo em alguns pontos importantes e com isso padronizando a metodologia de ação dessas figuras, diz o seguinte: '' É uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as ideias radicais do livre-mercado é no período subsequente ao de um grande choque. Esse choque poder ser uma catástrofe econômica. Pode ser um desastre natural. Pode ser um ataque terrorista. Pode ser uma guerra. Mas, a ideia é que essas crises, esses desastres, esses choques abrandam a sociedades inteiras. Deslocam-nas. Desorientam as pessoas. E abre-se uma ‘janela’ e a partir dessa janela se pode introduzir o que os economistas chamam de ‘terapia do choque econômico’'. 

O fator de manipulação psicológica das massas, principalmente através da mídia, já que a propaganda tem um peso relevante nesse processo. É sempre bom lembrar que todos os sistemas midiáticos existente advêm de capitais privados, mesmo sendo de concessões públicas, que de nada interferem em qualquer tipo de barreira aos interesses das elites.

A Tirania neoliberal no Brasil

O atual ''superministro da fazenda'', Paulo Guedes, é um orgulhoso adepto desse projeto ideológico. E não é por coincidência que o governo Bolsonaro trabalha exatamente em tal linha de atuação. Ou seja, criando fatos novos relacionados a questões indenitárias e comportamentais a todo tempo, enquanto, o plano concreto relacionado à destruição do país avança dia a dia como um trem bala.

A doutrina do choque no Brasil vem sendo feita linha por linha das cartilhas internacionais, com a oposição caindo em cada uma das cascas de bananas que vem sendo jogadas ao chão.

No governo Temer funcionou exatamente dessa forma. Um exemplo básico foi na formação dos ministérios e secretárias. Ali, por exemplo, a esquerda se apegou não ao fato de todos estarem dentro um projeto completamente antinacional e de favorecimento ao sistema financeiro.

Todo o problema, a maio revolta, foi a quantidade de mulheres, gays e negros, presentes na foto de apresentação para a imprensa do então governo Temer. Porém nunca citaram o projeto neoliberal criminoso que estava em voga e as suas consequências futuras junto à população.

E o resultado de toda essa brincadeira e desleixo politico se mostra na atual conjuntura nacional, não só do ponto de vista institucional-eleitoral, mas essencialmente ideológico do povo. Primordialmente a classe trabalhadora e a classe média, ambas, extremante atacadas pelo neoliberalismo, porém sem um norte organizacional-politico.

Diante das inúmeras cortinas de fumaças, confusões e erros, uma politica esquizofrênica vem ganhando terreno, enquanto a vontade popular concreta não é correspondida.

Portanto é fundamental o resgate do nacionalismo real, baseado num projeto nacional refundador da República, antiliberal, anti-imperialista e ligado aos interesses populares mais urgentes, como a reforma agrária, reforma tributária e nacionalização do sistema econômico e do comércio exterior. Apenas tendo uma estrutura profundamente ligada ás necessidades orgânicas do povo é que será possível a mudança histórica esperada e prometida há muito tempo para o Brasil.






Link da ntrevista completa da Naomi Klein

Documentário sobre a Doutrina do Choque