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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Um jornalista norte-americano visita um hipermercado na Venezuela e não encontra prateleiras vazias (Com VÍDEO)

Un periodista de EE.UU. visita un hipermercado de Caracas y no halla estantes vacíos (VIDEO)
Max Blumenthal mostra uma perspectiva diferente da oferecida por muitos meios ocidentais.

O jornalista norte-americano Max Blumenthal visitou um hipermercado da rede Excelsior Gama em Caracas para ver se é verdade que na Venezuela você não pode comprar alimentos e outros produtos básicos.

Enquanto o jornal The Independent informa que na Venezuela "as prateleiras das lojas de alimentos estão vazias, à medida que a comida se torna cada vez mais escassa", o jornal The Guardian lamenta que seus supermercados sejam "mal supridos", segundo a CNN. Indica que eles carecem de "produtos básicos" como escovas de dentes e o canal Bloomberg conclui que os venezuelanos "famintos" são forçados a escolher entre "tortura ou fome", este comunicador mostra uma realidade oposta neste vídeo que ele gravou para o seu projeto The Grayzone.

Neste estabelecimento não só não são há sinais de escassez, como você pode encontrar uma vasta seleção de carnes, queijos e laticínios -Blumenthal ironiza a falta de iogurtes gregos, cervejas artesanais ou itens de higiene.

Na reportagem  revela que um grande pacote de comida para cães custa 66 mil bolívares - mais de 20 dólares - e o azeite importado vale 85 mil bolívares - quase 30 dólares - enquanto na seção álcool há champanhe, uísque de todos tipo e outros espíritos.

Max Blumenthal conclui que "aqui não há problema com a distribuição ou escassez de alimentos" e detalha que "o poder de compra dos venezuelanos foi completamente destruído" porque "sua moeda foi enfraquecida pela hiperinflação, especulação e fluxo". de dólares que o governo não pode controlar, bem como pela acumulação de elementos capitalistas privados que apoiam a oposição ".

Link do vídeo para a reportagem:
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Matéria originalmente publicada por RT












































terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Como debater com um liberal ?

Auditor Fiscal, Victor Lins, mostra os principais argumentos do liberalismo
Os liberais costumam promover constantes distorções e falsificações quando se propõem a ''debater'' qualquer tema, ainda mais quando se trata de economia. As aspas precisam ser utilizadas porque, em termos acadêmicos e filosóficos, não se pode efetivamente chamar histeria, distopia temporal e contextual de um real propósito argumentativo.

Existe, hoje, um grande déficit na intelectualidade nacional em criar condições ao enfrentamento necessário das ideias. Durante muito tempo isso foi encarado com desleixo e sempre com o intuito do cultivo da própria bolha acadêmica.

Verificamos, então, o preço que está sendo pago por tamanho abandono e falta de iniciativa: cientifica e politica, em se travar também no âmbito cultural e educacional o necessário debate contra a crescente onda financiada e vinda do estrangeiro de elementos think tanks e mídias ''alternativas'' do neoliberalismo como peças de mobilização virtual, principalmente juvenil.

Essa aposta, claro, advém do fato que os jovens sempre serão a força motriz de qualquer sociedade, portanto, sendo de essencial importância o seu controle e influencia. Exatamente por isso a virada á direita ocorre primeiramente na parte mais jovem e sem experiência concreta na vida como um todo, pois, possui uma inquietação em busca de um guia, um líder o qual possa seguir.

Logo, o debate com um liberal, partindo dos pressupostos filosóficos e acadêmicos, deve ser feito a partir dos fatos concretos, no mundo objetivo. Para que não se descambe ao campo do subjetivismo e do abstrato.

Como diz um velho ditado'' Contra fatos não há argumentos''. 

Quando exposto á luz dos acontecimentos o liberalismo do século XXI, nada mais é que um tigre de papel. Gritos, achincalhamentos e histeria coletiva não alteram todo o histórico prático que os governos de ambas as matizes ideológicas direita/esquerda vem construindo ao longo do tempo baseados na espoliação popular e ao favorecimento de poucos.


Em outros artigos será possível tratar mais deste tema, neste caso, tomei a liberdade de fazer essa introdução para a playlist a seguir.

Ministrado pelo cientista político e doutorando pelo Instituto Universitário de Lisboa (IUL), Victor Lins, o seminário foi promovido pelo PDT, em São Paulo, e mostra quais são os princípios da argumentação liberal e como contestá-la sob a ótica do desenvolvimentismo, doutrina econômica que tem guiado o trabalhismo atual.
Deixarei o link com a playlist dos vídeos relacionados ao tema:



A partir deste vídeo é possível seguir a sequência de exposições promovidas naquela data sobre o tema ''Como debater com um liberal?''

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Dr. Enéas – A Questão do Estado Mínimo e o Projeto Neoliberal (Com vídeo)

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A Luta contra o neoliberalismo

O neoliberalismo sempre representou o inimigo a ser derrotado em todos os seus discursos, artigos e livros publicados. A preocupação principal de todo o verdadeiro nacionalista é a entrega do patrimônio público e das riquezas nacionais á forças estrangeiras, as famosas multinacionais.

Por isso o Dr  Éneas além de fazer uma oposição ferrenha, e demonstrar os males executados pelas multinacionais e interesses imperialistas no país, também formulou de forma detalhada e bem projetada um programa econômico, comercial e social para o Brasil. Esse programa foi publicado em livros, como por exemplo ''Um grande projeto nacional''em 1994.

Nesse livro, o Dr Éneas deixa claro que para o desenvolvimento do país em suas mais diversas possibilidades, mostram-se necessárias algumas ações. Entre elas, o favorecimento á industria nacional e a progressão tecnológica, para que fosse possível romper com a dependência internacional e a manipulação politica advinda desses interesses.

Para que a industria tenha essa importância reconhecida na pratica, ou seja, com investimentos públicos relevantes, é de grande valia o cessar imediato do sistemático roubo exercido pelo sistema financeiro(os bancos). Logicamente, ele sempre deixou explicito o seu completo repúdio ao parasitismo especulativo.

“Perdoem-me os senhores leitores. Mas, se a primeira tese, dos marxistas, é um sonho, porque os seres humanos são distintos um do outro em suas potencialidades e, mesmo, na dedicação ao trabalho, por outro lado, a liberdade absoluta leva a um verdadeiro massacre dos mais fracos pelos mais fortes.”

"Não há exemplos de grandes civilizações com Estados fracos. Na Inglaterra, na Alemanha, no Japão e mesmo nos Estados Unidos as leis existem para serem cumpridas. Lá, o cidadão acredita na lei e, assim, acredita no Governo."

O PT é a esquerda que a direita gosta por Leonel Brizola



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Como a direita gosta

Há tempos, nesta Folha, procurei analisar onde estavam, em nosso país, direita e esquerda –estes conceitos que, apesar das afetações dos intelectuais neoliberais, continuam dividindo as águas da vida política.

Restou-nos, naquela ocasião, expor as razões que nos levam a excluir o PT do campo da esquerda. Diga-se logo que não julgamos assim a maioria das bases, militantes e simpatizantes, mas as cúpulas dirigentes e aparelhos, responsáveis pelo que, de fato, representa o PT na política brasileira.


Diz o professor Darcy Ribeiro que o PT é a esquerda que a direita gosta. Longe de ser um simples jogo de palavras, a afirmação de Darcy traz uma lógica flagrante para quem se disponha a observar o comportamento do conservadorismo e de sua poderosa mídia frente ao petismo, desde sua criação.


Mas vamos aos fatos e às inequívocas conclusões. Ninguém pode negar o caráter autêntico, democrático e popular dos movimentos grevistas do ABC, dos quais surgiram Lula e alguns dos fundadores do PT. O ABC –como, dez anos antes, as greves de Osasco, lideradas por José Ibrahim– foi uma das mais importantes contestações à ditadura, cujos ideólogos, daqui e do exterior, como Golbery e outros, logo passaram a recolher preciosos ensinamentos.


Desde aqueles primeiros momentos, formou-se uma espécie de redomoinho à volta dos sindicalistas.


A eles juntaram-se intelectuais e grupos religiosos (a teologia da libertação) que, progressivamente, foram emprestando ao conjunto uma orientação elitista e pretensiosa, ao mesmo tempo em que revestiam de sofisticações a imagem do movimento e iniciavam o que seria um processo de tutela ideológica sobre aqueles trabalhadores. Tudo regado pela mídia e generosos patrocínios, daqui e do estrangeiro. Em plena ditadura, quando falar em Brizola, desterrado, dava censura ou cadeia, Lula era capa de revista...

Nós, que voltávamos do exílio, víamos com esperança e admiração o que se passava no ABC. Para nós, a resistência dos trabalhadores e o surgimento de lideranças eram sinais de que o trabalhismo, este grande movimento popular e nacional contra o qual se fez 64, estava vivo nos sentimentos e na consciência de nosso povo.


Nada poderia nos surpreender mais, portanto, que a atitude hostil e presunçosa com que passou a se comportar a cúpula do que viria a ser o PT. Renegavam as lutas sociais do passado ("populismo, pelegos do Ministério do Trabalho etc. etc."), pretendendo que começasse ali e com eles o movimento das forças do trabalho no Brasil, como quem tenta cortar com uma tesoura o fio da história.


A princípio, nossa reação foi de tolerância e compreensão. Imaturidade política, julgávamos, simples infantilismo... Em nossa boa-fé, ignorávamos as evidências de que o PT era um instrumento em processo de montagem, uma peça à qual o sistema destinara um papel na chamada abertura: o de impedir, pela divisão e pelo confusionismo, o ressurgimento do trabalhismo que, desde 64, quis extirpar da cena política e social. Como na manutenção, por parte do conservadorismo, da geleia geral do velho MDB e na usurpação da sigla PTB, todo estratagema valia para evitar que o povo trabalhador reencontrasse a força histórica e a coerência do trabalhismo.


Assim, seguimos nós em nossa ingênua credulidade. Superamos incompreensões, sabotagens, arrogância e até ofensas pessoais, sempre com esperança de reunirmo-nos todos num grande movimento pela redenção de nosso povo, para derrubar o modelo econômico colonial que nos impuseram desde a 2ª Guerra, pela recuperação de nossa soberania, pelas reformas profundas que a nação precisa para voltar a sonhar com um futuro digno. Repetíamos, candidamente, que eram nossos primos-irmãos, de calças curtas, com suas tolices, mas, no fundo, membros de nossa família popular e socialista.


Hoje, quem observa as contorções do PT entre suas origens históricas e sua ânsia de integrar-se e servir ao mundo das elites, vê um exemplo de como o tempo e o processo social dissolvem tudo o que não é intrinsecamente coerente. Basta notar como vacila o PT na defesa da escola pública e gratuita, na preservação do patrimônio público representado pelas empresas estatais estratégicas, o seu subalternismo frente à questão do monopólio dos meios de comunicação e tantas outras. Ou o que fez seu braço sindical, a CUT, destruindo o sindicalismo brasileiro, hoje mais desprestigiado do que nunca.


A prova cabal, capaz de convencer aos mais incrédulos, foi a adesão em massa da cúpula petista à manobra parlamentarista da direita, que a própria base do PT repudiou e a população acabou por esmagar nas urnas do plebiscito.


Felizmente, estamos diante de um projeto que se desenvolveu, mas, a esta altura, se esgota historicamente. As próximas eleições serão o grande divisor de águas. As cúpulas dirigentes do PT são formadas por uma espécie de pequena burguesia radicalizada. Daí vem seu grande apoio nos bairros de alto padrão das grandes cidades.


Sua missão divisionista está se esgotando. O povo brasileiro irá demonstrar, em 3 de outubro, estar consciente de que só a força de sua união poderá reverter este quadro de crise e sofrimento que recai sobre ele. 





Texto escrito por Leonel Brizola em, 27 de fevereiro de 1994 para a Folha de São Paulo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Chaves para entender os protestos no Haiti e a atual crise socioeconômica

La economía de Haití solo creció 1.4 por ciento en 2018, siendo el país más pobre de América.

Os protestos no Haiti exigem medidas urgentes para enfrentar a crise política, social e econômica do país.

Desde o último dia 7 de fevereiro, novamente o Haiti está passando por fortes dias de protestos convocados por setores da oposição contra o governo de Jovenel Moise. As manifestações acontecem no marco da crise política e socioeconômica que o país caribenho atravessa, abalado pela corrupção e pelo desperdício dos recursos sociais do Estado.

Até agora, relatórios não oficiais indicam que oito pessoas morreram, enquanto a oposição informa que foram 50 manifestantes mortos.

No entanto, não há informações oficiais sobre o número de mortes e as circunstâncias em que morreram. Enquanto isso, os protestos continuam e algumas embaixadas anunciaram a evacuação de sua equipe diplomática.

Razões e demandas dos protestos

Os manifestantes pedem a renúncia imediata do presidente Jovenel Moise e sua equipe do governo. Da mesma forma, exigem medidas urgentes para enfrentar os principais problemas que afetam os cidadãos.

Os manifestantes denunciam a grave situação social e a deterioração dos serviços públicos, que estão diretamente ligados à má administração de recursos por parte do Executivo.


No final de novembro de 2018, um relatório do Tribunal Superior de Contas confirmou que mais de dois bilhões de dólares destinados à área social foram desviados por cerca de 15 ex-funcionários do governo haitiano.

Além disso, os manifestantes exigem uma redução nos padrões de custo de vida. "Os haitianos sofrem diariamente,recebo muita pressão dos meus eleitores que me perguntam e eles me avisam que estão ficando sem água, que estão ficando sem comida, que estão em pânico, que podemos não ser muito Longe de qualquer tipo de crise humanitária, isso é real, isso é sério ", disse o deputado para a comuna de Petion Ville, Jerry Tardieu.

Fundo de 2018: aumento de combustível

Em junho de 2018, os haitianos foram às ruas para protestar contra o aumento dos preços da gasolina e do querosene. Uma medida acordada em fevereiro entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A situação levou à demissão do então primeiro-ministro Jack Guy Lafontant. Em agosto, o presidente Jovenel Moise nomeou o notório e ex-candidato presidencial Jean-Henry Céant como substituto.

Situação socioeconômica atual do Haiti

O Haiti continua sendo o país mais pobre da América. Segundo dados da CEPAL, a economia cresceu apenas 1,4% em 2018, uma das menores da região.

Desde a chegada ao poder de Jovenel Moise, o país caribenho tem um déficit orçamentário superior a 86 milhões de dólares. Também sofre uma inflação de mais de 15% e a perda do valor de sua moeda nacional em relação ao dólar, em mais de 20%.

Segundo Moise, o país recebe mais de 300 milhões de dólares, enquanto importa 100 milhões de dólares.

A tudo isso soma-se a constante instabilidade política e as catástrofes humanitárias, como o terremoto de 2010, que destruiu grande parte da infra-estrutura do país.

O Haiti é um país sob intervenção

A nação caribenha tem sido vítima de abusos de missões internacionais desde 2004, incluindo a Missão das Nações Unidas no Haiti (Minustah). De fato, após o terremoto de 2010, foi desencadeada uma epidemia de cólera que foi introduzida por soldados nepaleses, membros dos Capacetes Azuis.

"A Minustah é a força de ocupação que visa garantir a estabilidade institucional a serviço das transnacionais e um modelo de exploração dos recursos naturais haitianos", disse o jornalista Fernando Vicente Prieto à imprensa russa RT. Ele acrescentou que a presença dos capacetes azuis também favorece "as ONGs que canalizam os supostos fundos de ajuda humanitária".

O líder camponês haitiano Jean-Baptiste Chavanne explicou, por sua vez, o país é "totalmente dependente da ajuda internacional, por um lado, dos governos imperialistas e das instituições financeiras internacionais". Ele indicou que é uma crise estrutural "do sistema capitalista e do tipo de governo do Haiti".

No entanto, milhares de dólares do exterior não chegam à população e permanecem nas mãos de empreiteiros estrangeiros, agências civis e militares. Tal é o caso da Fundação Clinton acusada em várias ocasiões de cometer crimes financeiros com os 30 bilhões de dólares coletados para o fundo de recuperação do Haiti.

"Governos passados ​​privatizaram tudo, agora o plano é a privatização total, até mesmo serviços como saúde e educação", acrescentou Chavanne.

Resposta do governo aos protestos

O presidente do Haiti, Jovenel Moise, convocou a oposição ao diálogo para encontrar soluções para a crise política e socioeconômica.

"Temos que dialogar abertamente e hoje quero estender minha mão para a oposição radical e moderada para encontrar soluções para manter a paz e a estabilidade", disse ele em 9 de fevereiro. "Eu venci nas eleições e se alguém quer poder, eles precisam ir para as eleições ", acrescentou.

"Podemos agir e tomar medidas para controlar a especulação, já tomamos medidas para reduzir o déficit fiscal, estou disposto a dialogar para manter a estabilidade", disse o presidente.

Em 5 de fevereiro, o governo declarou uma "emergência econômica", a medida inclui uma redução no custo dos bens básicos e aumento no acesso ao crédito para pequenas empresas para tentar aliviar a crise.


Por Telesur



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Mourão é o fiador da continuidade do Governo Bolsonaro

Bolsonaro chega a Brasília e saúda Mourão.

O vice presidente, Mourão, funciona como base estabilizadora para um governo completamente confuso e sem linhas equilibradas de atuação.
Apesar de suas possíveis divergências com o clã bolsonaro, o fato é que todas as suas ações são calculadas com o intuito claro de manter o minimo de coesão junto aos interesses estrangeiros e a boa imagem de moderação perante a grande mídia.
Os governantes, hoje, que comandam o país são os especuladores mais famintos e indiferentes ao futuro da nação. Representam o último estágio do neoliberalismo de choque made in Chicago.
Exatamente por isso os embaixadores tratam de relações diplomáticas com ele, ao invés de utilizarem os canais tradicionais com os responsáveis pelas relações exteriores. Hoje,Inclusive, a diplomacia transloucada dirigida pelo olavismo. tornou-se discreta, após as pataquadas do discípulo olavete(Ernesto Araújo) em relação á Venezuela, base militar norte-americana e mudança da embaixada do Brasil em Israel, os militares estão tutelando tais pronunciamentos.
Na esquizofrenia governamental, Mourão, se apresenta como o ponto de lucidez e moderação necessário para o bom convívio com a mídia e o empresariado internacional.
De direita ou de esquerda, fato é que o mercado não lida bem com discursos inflamados. O fundamental para os especuladores é a radicalização financeira, ou seja, na desestruturação dos mecanismos estatais juntos ao mercado.
E não a criação de polêmicas constantes que criem instabilidade nos investidores justamente pela falta de controle e planejamento do governo.
Pois, isso também demonstra que, a qualquer momento, podem recuar de propostas e ações anteriormente decididas, exatamente como vem acontecendo.
Mourão é o atual fiador do Governo Bolsonaro, e permanecerá enquanto o mercado assim o quiser, porém, caso ocorra mudanças, também será a primeira opção dos especuladores para colocarem os seus projetos em prática.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Por que ressuscitaram a criminalização contra o socialismo e os comunistas?


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'' Você é comunista'', '' o partido é comunista'', ''Esse país é comunista'', ''Vamos acabar com o socialismo''



Os termos ‘‘comunistas’’ e ‘’socialismo’’ ganharam, novamente, o peso que tinham durante a guerra fria, ou seja, tornou-se crime moral, implícito, algo que as pessoas devem rejeitar de imediato, sair de perto como uma doença e fugir o quanto antes para não se ''contaminar''. É interessante que tais situações ocorram mesmo após a tão propagada queda do, então, bloco socialista.

Na década de 90, a palavra comunista, perdeu completamente o seu significado em grande medida, pois, com o fim da URSS, o principal polo de enfrentamento aos Estados Unidos e o bloco capitalista no geral, o sentido que existia, ainda que muito mais simbólico do que prático naquelas circunstancias de revolução mundial, acabou.

E o mundo viveu o maior retrocesso histórico dos últimos tempos, em particular, claro, a classe que sempre paga a conta ao final do jantar; os trabalhadores. O neoliberalismo continuou avançando de forma brutal, agora, sem qualquer adversário para sequer dificultar sua locomoção, um período em que os '' donos do mundo'', ganharam, e muito com a desgraça dos povos.

Milhões foram para a miséria, muitos ceifaram suas próprias vidas e foram ser escravizados pelo rolo compressor neoliberal. Formado pelos especuladores e patrões com o único intuito de lucrar cada vez mais em cima do trabalhador, obviamente, tratando de forma concreta como escravo. Sejam nas condições de trabalho, salariais, educacionais e culturais. O objetivo do capitalista é sugar tudo o que for possível sem cessar.

Porém, como dita a dialética, após um período nocauteado, os trabalhadores conseguiram se reorganizar e suas ambições recomeçaram a ser expressas em movimentos políticos de grande envergadura. O primeiro, sem duvida, foi o bolivarianismo de Hugo Chávez, eleito em 1999, carregando o nome do Partido Socialista Unido da Venezuela em seu discurso e angariando o completo respaldo popular.

Após ele, vieram outros, como Nestor Kirchner, Lula, Evo Morales, Rafael Correa entre outros. Uns mais radicais, outros menos, alguns com programas, outros se adaptando ao panorama geral, fato é que representaram o ascenso das lutas operárias e camponesas em seus mais variados graus de organização e conscientização.

Com a contenção momentânea do neoliberalismo mais agressivo praticado pela direita, e esse espectro estando naquele momento completamente desmoralizado perante seus respectivos povos, a esquerda nadou de braçada no âmbito eleitoral, tendo desde a dissolução da URSS a maior oportunidade de avanço popular daquela época.

Mas com a sequência de erros, conciliações e falta de avanço no processo na luta anti-imperialista e contra o capitalismo muitos lideres e seus partidos de esquerda, se viram sofrendo uma crescente reversão do apoio popular obtido, e consequentemente o aumento exponencial da oposição organizada essencialmente pela direita; encenada pelas burguesias e classes médias tendo como bandeira principal de ação a ''luta contra o comunismo/socialismo''.

Evidente que, em grande medida, isso era e ainda é uma maluquice, todavia, são palavras de ordem muito bem pensadas na atual guerra do século XXI; a comunicacional, pois, vem daí as armas utilizadas na linha de frente que funcionam como germes da confusão, do medo, da desorganização e da derrota.

A desinformação é fundamental para a criação de uma base militante essencialmente mais ''emocionada'' e histérica, como grande parte das classes médias é, a prova? 

Só acompanhar como reagem de forma idêntica na América Latina aos mesmos estímulos promovidos pelas direitas desses países. Evidentemente, alinhados, e dessa vez sem qualquer timidez junto ao governo norte-americano e os interesses geopolíticos do unipolarismo.

Ser comunista voltou a ser uma acusação, um crime moral, não precisa de argumentação coerente ou coisa parecida. Basta dizer a palavra que tudo é revertido quase de maneira imediata aos anos do macarthismo e, portanto, não havendo mais a mínima necessidade de se mostrar nada.

Nesse sentido é importante, primeiro: Não recuar, se amedrontar, ou fugir como um desesperado por causa disso. É do interesse da direita que isso aconteça, a geração de medo, principalmente contra os que estão adentrando na politica agora ou são recentes no jogo. A criação de espantalhos é fundamental nesse processo difamatório.

E fato é que, sendo comunista ou não, a nuvem de fumaça criada pela direita não pode impedir os sistemáticos crimes, estes sim, que o neoliberalismo vem cometendo há décadas contra todos os povos do mundo, em particular, dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, mantendo diversas nações num limbo econômico e social sem possibilidade de defesa.

O combate a direita, ao neoliberalismo, também passa pelo esvaziamento das nuvens de fumaça vindas da desinformação, que tem o objetivo de criar fantasmas e filmes de terror que nunca chegaram a existir, ao menos não como tem sido contada.















sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Combater o individualismo não significa pisotear o interesse pessoal por Ho Chi Minh

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Cada homem possui sua personalidade, seus pontos fortes, sua vida privada e familiar. Os interesses pessoais que não estão em contradição com os da coletividade não são interesses ilegítimos. Mas é necessário dizer a si mesmo que só sob o regime socialista cada um tem a possibilidade de melhorar suas condições de vida, de desenvolver seus pontos fortes e sua personalidade.

Nenhum regime social pode igualar-se ao socialismo e ao comunismo quanto ao respeito pelo homem e à atenção dada ao exame e à satisfação de seus legítimos interesses. Na sociedade dominada pelas classes exploradoras, só interesses pessoais de uma pequena minoria são satisfeitos, enquanto os das massas laboriosas são pisoteados. Ao contrário, sob os regimes socialista e comunista, o povo trabalhador é quem governa, cada homem é parte integrante da coletividade, desempenha um papel determinado e participa na edificação da sociedade. Isto porque o interesse pessoal se acha contido no interesse coletivo, do qual é parte integrante. O interesse pessoal de cada um só pode ser satisfeito quando o interesse coletivo estiver assegurado.

O interesse pessoal está ligado ao interesse coletivo. Se o interesse pessoal está em contradição com o interesse coletivo, a moralidade revolucionária manda que o primeiro seja subordinado ao segundo.

A revolução e o Partido estão em constante progresso. O revolucionário também deve progredir sem cessar.

O movimento revolucionário arrasta milhões e milhões de pessoas.

O trabalho revolucionário comporta mil aspectos difíceis e complexos. Para pesar os prós e os contras em todas as situações, para compreender todas as contradições existentes e resolver corretamente todos os problemas, devemos esforçar-nos em estudar o marxismo-leninismo.

Desta forma, podemos fortalecer nossa moral revolucionária, manter firme nossa plataforma, elevar nosso nível teórico e político e prosseguir no trabalho confiado pelo Partido.

Estudar o marxismo-leninismo é procurar aprender a maneira de resolver cada problema da existência, a maneira de comportar-se em todas as situações, em relação aos outros e a si mesmo; é assimilar os princípios gerais do marxismo-leninismo, para aplicá-los criativamente às realidades de nosso país. Estudamos para agir. Nossos estudos teóricos devem ir de par com as atividades práticas. Certos camaradas aprendem de cor livros inteiros que tratam de marxismo-leninismo. Pretendem saber esta doutrina melhor que ninguém. Mas, na prova da prática, ou mostram-se incapazes de criar, ou ficam embaraçados. Suas palavras e seus atos se contradizem. Estudam livros de marxismo-leninismo, mas não conseguem adquirir o espírito marxista-leninista. Estudam para exibir seus conhecimentos e não para aplicá-los aos problemas da revolução. Isso também é individualismo.

O individualismo gera centenas de doenças perigosas: burocracia, autoritarismo, fraccionismo, subjetivismo, prevaricação, desperdício, etc.

O individualismo amarra suas vítimas, venda-lhes os olhos; elas se deixam guiar por suas ambições e seus interesses pessoais e não pensam no bem-estar da classe operária e do povo.

O individualismo é um inimigo cruel do socialismo. O revolucionário deve aniquilá-lo.

A tarefa atual de todo o nosso Partido e de todo o nosso povo consiste em envidar os maiores esforços para aumentar a produção e economizar, visando edificar o Norte, encaminhá-lo ao socialismo e fazer dele uma base sólida para a reunificação do país. Essa é uma tarefa das mais gloriosas. Que todos os membros do Partido e da União da Juventude trabalhadora, que todos os quadros, do Partido e sem partido, estejam decididos a servir durante toda a vida ao Partido e ao povo. Aí está o grande valor moral do revolucionário, sua moral, seu espírito de partido, seu espírito de classe, garantias da vitória do Partido, da classe operária e do povo.

A moralidade revolucionária não cai do céu. Ela desabrocha e se consolida no crisol de uma luta cotidiana e tenaz. É como uma pérola que brilha mais vivamente quanto mais é polida, ou como o ouro que se purifica ainda mais no longo contato com o fogo.

Nada é mais glorioso nem dá tanta felicidade como cultivar sua moral revolucionária para dar uma digna contribuição à edificação do socialismo e à libertação da humanidade!

Desejo que todos os camaradas, membros do Partido e da União da Juventude, quadros do Partido e quadros sem partido, redobrem seus esforços e façam progressos.



Trecho retirado do texto '' Da Moralidade Revolucionária''

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Não é só Maduro, é também a China

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A política americana de assédio e derrubada de Nícolas Maduro é geopoliticamente o segundo principal destinatário, a China. A crise que a Venezuela vive atualmente não apenas obedece a causas endógenas, mas também representa um pulso exacerbado que confronta os EUA com o gigante oriental. Na América Latina e no Caribe, Washington passou da observação cuidadosa para o confronto aberto com Pequim, tendo em vista sua crescente presença na região. Na Venezuela, a Casa Branca envia uma mensagem forte a Pequim e representa um grave aviso aos países da região.
Baseando-se em grande parte dos governos progressistas da região, a inibição relativa da administração norte-americana, com outras prioridades em sua agenda-, as grandes necessidades da América Latina e seu interesse em diversificar os parceiros comerciais e os requisitos específicos da economia chinesa, Pequim deu um salto espetacular em suas relações com os países da América Latina e do Caribe.
A eclosão da crise econômica e financeira, a transição para um novo modelo de desenvolvimento na China e as dificuldades de sua economia e a sucessão de alternâncias em muitos governos conservadores na região abriu um período de incerteza. No entanto, Pequim deixou claro que seu compromisso na América Latina é estratégica e pragmática propondo a extensão da iniciativa da Strip e a rota para a região com uma agenda de compromissos que daria um grande impulso para o relacionamento não só com o comércio, mas com investimentos em todos os tipos de infra-estruturas (portos, estradas, caminhos-de-ferro, centrais hidroelétricas, etc.). Na maior parte, os governos da região aplaudiram essa atitude. Em 2018, o comércio bilateral da China com a América Latina atingiu um recorde de 307,4 bilhões de dólares, um aumento de 18,9%, confirmando-o como o segundo parceiro comercial da América Latina. Um total de 16 países da região assinaram memorandos de entendimento com a China para construir em conjunto a Faixa e a Rota. A China é o maior parceiro comercial do Chile, Argentina, Brasil e Peru.
A China conseguiu lidar com dificuldades, incluindo alternâncias. Experiência não está faltando. Lembre-se dos Chiles de Allende e Pinochet. E era o tempo de Mao. Mas mais uma vez, ameaçando desequilibrar esta marcha "triunfante" é a intervenção decisiva dos Estados Unidos, a fim de conter os seus rivais e preservar sua hegemonia na área. E irá defendê-lo com todos os meios à sua disposição. Ninguém duvida disso.
Em sua turnê em outubro passado na América Latina, o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse em voz alta: todo mundo tem que "escolher um campo". O mesmo havia dito seu antecessor, Rex Tillerson, em sua visita à região em 2017, advertindo os países latino-americanos contra a possibilidade de fazer negócios com a China. A ruptura das relações com Taiwan de países como El Salvador, República Dominicana ou Panamá desencadeou os alarmes. Em setembro passado, os EUA convocaram seus embaixadores nos três países para consultas. Como diz o vice-presidente Pence, é hora de "agir".
China e Venezuela
Hugo Chávez encorajou a abordagem à China como um contrapeso aos Estados Unidos. Para tranquilizar a Casa Branca, Pequim sempre quis evitar esse jogo, evitando ideologizar seu relacionamento, confiando na administração dos interesses econômicos de ambas as partes. Entre 2003 e 2012, as trocas comerciais passaram de 800 milhões para 20 bilhões de dólares, tornando a Venezuela a quarta maior fornecedora de petróleo da China. Os empréstimos concedidos a Caracas pela China hoje somam cerca de 62 bilhões de dólares, representando 53% do total concedido à América Latina. A dívida de Caracas com a China atualmente é de 23 bilhões de dólares, 16,4% do total da dívida com o exterior.
Nos últimos dois anos, a China moderou seus compromissos com a Venezuela em vista das dificuldades de todos os tipos nas relações com seu governo, embora demonstre empatia e solidariedade. Na última viagem de Maduro à China, em setembro do ano passado, Pequim concedeu novo empréstimo e investiu mais nos depósitos Orinoco e Ayachuco, onde o CNPC estadual realizou desembolsos significativos.
A Venezuela hoje catalisa a feroz rivalidade estratégica entre os EUA e a China, mas não é o único caso relevante na região. O próximo ataque pode muito bem ser a estação espacial que a China construiu na Patagônia argentina, em Nauquén, em operação desde abril passado e que desempenhou um papel fundamental no recente pouso de uma espaçonave no lado escuro da Lua. Embora Pequim e Buenos Aires tenham dado garantias mútuas sobre a natureza civil e pacífica da instalação, o ruído da mídia relacionado ao seu suposto propósito militar está aumentando, com várias autoridades dos EUA alertando umas às outras sobre os perigos. dos "acordos chineses opacos e predatórios que minam a soberania das nações" ... A Agência Espacial Européia assinou um acordo similar com a Argentina em uma província vizinha ... Washington quer tirar a China da área e dificilmente irá parar até chegar lá.
Na Venezuela, o golpe na mesa dos EUA nada mais é do que um alerta para a China (como aconteceu na Líbia) e terá consequências para toda a região. Uma séria armação na Venezuela quer contradizer os planos de Pequim para toda a região dentro da estrutura dessa "extensão natural" da Iniciativa Faixa e Rota que coloca Washington tão nervosa. A crescente relevância da China em seu "quintal" é fatal. A doutrina de Monroe retorna por seu estatuto e os países da área devem retornar ao redil. Pequim não deixou de lado nem deixou desta vez que Putin expressou opiniões de que prefere o silêncio. Ele mostrou seu apoio a Maduro, apelou para o diálogo e condenou a interferência externa, mas é para ser visto que é o suficiente.
Por Xulio Ríos
Diretor do Observatório da Política Chinesa