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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A Tirania do neoliberalismo


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A doutrina do choque se baseia em ataques agressivos diretos contra a população nos seus direitos mais elementares, principalmente na economia, voltando-se sempre contra as riquezas nacionais e o patrimônio publico.

Temos na história alguns exemplos dessa metodologia neoliberal, em particular, a partir dos anos 70. Provavelmente as experiências mais fáceis de apresentar como exemplo prático que tem como principio o neoliberalismo, seja o Chile de Pinochet, assim como os Estados Unidos, de Ronald Reagan, ou, sem esquecer, Iraque e Líbia pós-invasão norte-americana.

O neoliberalismo nasce na escola de Chicago

escola de Chicago atua como chave mestra na arte da destruição social, com um objetivo claro; a entrega completa dos bens públicos nas mãos do capital privado, de preferencia, lógico, por preços estranhos (bem abaixo do preço de mercado) a própria estrutura do livre mercado. 

Numa entrevista, a autora do livro ''A doutrina do choque'' Naomi Klein mostra como foi criada o celeiro do neoliberalismo nos Estados Unidos. 
''A Escola de economia de Chicago representa essa contrarrevolução contra o Estado de bem estar social. Nos anos cinquenta, Harvard e Yale e as oito escolas mais prestigiadas dos EUA estavam dominadas por economistas keynesianos, pessoas como John Kenneth Galbraith, que acreditava que depois da grande depressão, era crucial que a economia funcionasse com uma força moderadora do mercado. E foi a partir daí que nasceu um ‘novo contrato’, a do Estado de bem estar social e tudo isso que faz com que o mercado seja menos brutal e se tenha uma espécie de sistema público de saúde, seguro desemprego, assistência social, etc.

A importância do Departamento de Economia da Universidade de Chicago é que realmente ele foi um instrumento de Wall Street, que financiou muito, muito consideravelmente a Universidade de Chicago. Walter Wriston, o chefe do Citibank era muito amigo de Milton Friedman e a Universidade de Chicago se converteu em uma espécie de ponto de partida da contrarrevolução contra o keynesianismo e o novo contrato social com o objetivo de desmanchá-lo''.

O maior representante ideológico dessa tirania é o economista Milton Friedman, diga-se na verdade o elemento que conquistou maior destaque internacional pelos seus contatos políticos e por seus estratagemas financeiras.

O que é Doutrina do choque?

A filosofia da Doutrina do Choque é de poder, assim como tudo relacionado á politica, tem sempre ligação direta com o neoliberalismo e por consequência, o sistema financeiro. Importante ressaltar a necessidade dos elementos implantadores dessa estratégia na instauração do caos social.

Para o neoliberalismo existe uma evidente preocupação com a ordem (no discurso), mas na pratica é importante que a desorganização possa reinar, pois, dessa forma, as medidas que são largamente antipopulares podem ter um desenvolvimento mais rápido e amplo.

A confusão, as discussões, as brigas e disputas, geralmente por motivos secundários e num momento como o descrito, apenas favorecem o rolo compressor das privatizações criminosas e ataque aos trabalhadores.

Neste outro trecho da entrevista, Naomi Klein, que sistematizou o funcionamento do neoliberalismo em alguns pontos importantes e com isso padronizando a metodologia de ação dessas figuras, diz o seguinte: '' É uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as ideias radicais do livre-mercado é no período subsequente ao de um grande choque. Esse choque poder ser uma catástrofe econômica. Pode ser um desastre natural. Pode ser um ataque terrorista. Pode ser uma guerra. Mas, a ideia é que essas crises, esses desastres, esses choques abrandam a sociedades inteiras. Deslocam-nas. Desorientam as pessoas. E abre-se uma ‘janela’ e a partir dessa janela se pode introduzir o que os economistas chamam de ‘terapia do choque econômico’'. 

O fator de manipulação psicológica das massas, principalmente através da mídia, já que a propaganda tem um peso relevante nesse processo. É sempre bom lembrar que todos os sistemas midiáticos existente advêm de capitais privados, mesmo sendo de concessões públicas, que de nada interferem em qualquer tipo de barreira aos interesses das elites.

A Tirania neoliberal no Brasil

O atual ''superministro da fazenda'', Paulo Guedes, é um orgulhoso adepto desse projeto ideológico. E não é por coincidência que o governo Bolsonaro trabalha exatamente em tal linha de atuação. Ou seja, criando fatos novos relacionados a questões indenitárias e comportamentais a todo tempo, enquanto, o plano concreto relacionado à destruição do país avança dia a dia como um trem bala.

A doutrina do choque no Brasil vem sendo feita linha por linha das cartilhas internacionais, com a oposição caindo em cada uma das cascas de bananas que vem sendo jogadas ao chão.

No governo Temer funcionou exatamente dessa forma. Um exemplo básico foi na formação dos ministérios e secretárias. Ali, por exemplo, a esquerda se apegou não ao fato de todos estarem dentro um projeto completamente antinacional e de favorecimento ao sistema financeiro.

Todo o problema, a maio revolta, foi a quantidade de mulheres, gays e negros, presentes na foto de apresentação para a imprensa do então governo Temer. Porém nunca citaram o projeto neoliberal criminoso que estava em voga e as suas consequências futuras junto à população.

E o resultado de toda essa brincadeira e desleixo politico se mostra na atual conjuntura nacional, não só do ponto de vista institucional-eleitoral, mas essencialmente ideológico do povo. Primordialmente a classe trabalhadora e a classe média, ambas, extremante atacadas pelo neoliberalismo, porém sem um norte organizacional-politico.

Diante das inúmeras cortinas de fumaças, confusões e erros, uma politica esquizofrênica vem ganhando terreno, enquanto a vontade popular concreta não é correspondida.

Portanto é fundamental o resgate do nacionalismo real, baseado num projeto nacional refundador da República, antiliberal, anti-imperialista e ligado aos interesses populares mais urgentes, como a reforma agrária, reforma tributária e nacionalização do sistema econômico e do comércio exterior. Apenas tendo uma estrutura profundamente ligada ás necessidades orgânicas do povo é que será possível a mudança histórica esperada e prometida há muito tempo para o Brasil.






Link da ntrevista completa da Naomi Klein

Documentário sobre a Doutrina do Choque

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