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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Por que ressuscitaram a criminalização contra o socialismo e os comunistas?


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'' Você é comunista'', '' o partido é comunista'', ''Esse país é comunista'', ''Vamos acabar com o socialismo''



Os termos ‘‘comunistas’’ e ‘’socialismo’’ ganharam, novamente, o peso que tinham durante a guerra fria, ou seja, tornou-se crime moral, implícito, algo que as pessoas devem rejeitar de imediato, sair de perto como uma doença e fugir o quanto antes para não se ''contaminar''. É interessante que tais situações ocorram mesmo após a tão propagada queda do, então, bloco socialista.

Na década de 90, a palavra comunista, perdeu completamente o seu significado em grande medida, pois, com o fim da URSS, o principal polo de enfrentamento aos Estados Unidos e o bloco capitalista no geral, o sentido que existia, ainda que muito mais simbólico do que prático naquelas circunstancias de revolução mundial, acabou.

E o mundo viveu o maior retrocesso histórico dos últimos tempos, em particular, claro, a classe que sempre paga a conta ao final do jantar; os trabalhadores. O neoliberalismo continuou avançando de forma brutal, agora, sem qualquer adversário para sequer dificultar sua locomoção, um período em que os '' donos do mundo'', ganharam, e muito com a desgraça dos povos.

Milhões foram para a miséria, muitos ceifaram suas próprias vidas e foram ser escravizados pelo rolo compressor neoliberal. Formado pelos especuladores e patrões com o único intuito de lucrar cada vez mais em cima do trabalhador, obviamente, tratando de forma concreta como escravo. Sejam nas condições de trabalho, salariais, educacionais e culturais. O objetivo do capitalista é sugar tudo o que for possível sem cessar.

Porém, como dita a dialética, após um período nocauteado, os trabalhadores conseguiram se reorganizar e suas ambições recomeçaram a ser expressas em movimentos políticos de grande envergadura. O primeiro, sem duvida, foi o bolivarianismo de Hugo Chávez, eleito em 1999, carregando o nome do Partido Socialista Unido da Venezuela em seu discurso e angariando o completo respaldo popular.

Após ele, vieram outros, como Nestor Kirchner, Lula, Evo Morales, Rafael Correa entre outros. Uns mais radicais, outros menos, alguns com programas, outros se adaptando ao panorama geral, fato é que representaram o ascenso das lutas operárias e camponesas em seus mais variados graus de organização e conscientização.

Com a contenção momentânea do neoliberalismo mais agressivo praticado pela direita, e esse espectro estando naquele momento completamente desmoralizado perante seus respectivos povos, a esquerda nadou de braçada no âmbito eleitoral, tendo desde a dissolução da URSS a maior oportunidade de avanço popular daquela época.

Mas com a sequência de erros, conciliações e falta de avanço no processo na luta anti-imperialista e contra o capitalismo muitos lideres e seus partidos de esquerda, se viram sofrendo uma crescente reversão do apoio popular obtido, e consequentemente o aumento exponencial da oposição organizada essencialmente pela direita; encenada pelas burguesias e classes médias tendo como bandeira principal de ação a ''luta contra o comunismo/socialismo''.

Evidente que, em grande medida, isso era e ainda é uma maluquice, todavia, são palavras de ordem muito bem pensadas na atual guerra do século XXI; a comunicacional, pois, vem daí as armas utilizadas na linha de frente que funcionam como germes da confusão, do medo, da desorganização e da derrota.

A desinformação é fundamental para a criação de uma base militante essencialmente mais ''emocionada'' e histérica, como grande parte das classes médias é, a prova? 

Só acompanhar como reagem de forma idêntica na América Latina aos mesmos estímulos promovidos pelas direitas desses países. Evidentemente, alinhados, e dessa vez sem qualquer timidez junto ao governo norte-americano e os interesses geopolíticos do unipolarismo.

Ser comunista voltou a ser uma acusação, um crime moral, não precisa de argumentação coerente ou coisa parecida. Basta dizer a palavra que tudo é revertido quase de maneira imediata aos anos do macarthismo e, portanto, não havendo mais a mínima necessidade de se mostrar nada.

Nesse sentido é importante, primeiro: Não recuar, se amedrontar, ou fugir como um desesperado por causa disso. É do interesse da direita que isso aconteça, a geração de medo, principalmente contra os que estão adentrando na politica agora ou são recentes no jogo. A criação de espantalhos é fundamental nesse processo difamatório.

E fato é que, sendo comunista ou não, a nuvem de fumaça criada pela direita não pode impedir os sistemáticos crimes, estes sim, que o neoliberalismo vem cometendo há décadas contra todos os povos do mundo, em particular, dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, mantendo diversas nações num limbo econômico e social sem possibilidade de defesa.

O combate a direita, ao neoliberalismo, também passa pelo esvaziamento das nuvens de fumaça vindas da desinformação, que tem o objetivo de criar fantasmas e filmes de terror que nunca chegaram a existir, ao menos não como tem sido contada.















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