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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Bolívia abre escola militar "anti-imperialista" para combater a política externa dos EUA


 


O presidente Evo Morales disse que a academia promoverá "o pensamento anticolonial e anticapitalista" para negar as escolas norte-americanas que visam povos indígenas.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, abriu uma nova academia militar "anti-imperialista" para combater as políticas e a influência militar dos EUA na América Latina.

"Se o império ensina a dominação mundial de suas escolas militares, aprenderemos com essa escola para nos libertar da opressão imperial", disse o primeiro presidente indígena do país em uma cerimônia de inauguração.

"Queremos construir um pensamento anti-colonialista e anticapitalista com essa escola que una as forças armadas com os movimentos sociais e neutralize a influência da Escola das Américas que sempre considerou os indígenas como inimigos internos", disse ele a uma multidão que incluía defesa da Venezuela e da Nicarágua.

Alguns oficiais latino-americanos treinados na Escola das Américas com sede nos Estados Unidos cometeram atrocidades sob as ditaduras militares do século XX. Em 2000, a academia em Fort Benning, Geórgia, foi renomeada como Instituto do Hemisfério Ocidental para Cooperação em Segurança.

Escola de Comando Anti-imperialista Juan José Torres em Santa Cruz, Bolívia.


Morales, que expulsou o embaixador e os agentes da DEA dos EUA em 2008, acusou Washington de encorajar "golpes no Congresso" como o julgamento da presidente Dilma Rousseff no Brasil..

Ele também disse que os Estados Unidos promovem o terrorismo global através de intervenções militares, citando o surgimento do grupo do Estado Islâmico como exemplo.

A academia de Santa Cruz foi inaugurada inicialmente em 2011 como a "Escola ALBA" depois da agora enfraquecida aliança regional que inclui Venezuela, Nicarágua, Equador e Cuba.

Morales convite para o evento pelo então ministro da Defesa iraniano Ahmad Vahidi causou um alvoroço na vizinha Argentina, onde as autoridades judiciais acusado Vahidi para participar do bombardeio de um centro da comunidade judaica, que matou 85 pessoas 1,994.

A escola reinaugurada recebe o nome do general Juan José Torres, um esquerdista que foi presidente de fato da Bolívia em 1970 e que expulsou o Corpo da Paz por supostamente esterilizar mulheres indígenas.

Até 200 cadetes aprenderão sobre história, geopolítica e estratégia militar, disse o governo.

Um curso de um semestre exigido para a promoção ao capitão está sendo ministrado pelo intelectual marxista argentino Atilio Boron, disse o vice-ministro da Defesa, Reymi Ferreira.






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