'' Você é comunista'', '' o partido é comunista'', ''Esse país é comunista'', ''Vamos acabar com o socialismo''
Os termos
‘‘comunistas’’ e ‘’socialismo’’ ganharam, novamente, o peso que tinham durante
a guerra fria, ou seja, tornou-se crime moral, implícito, algo que as pessoas
devem rejeitar de imediato, sair de perto como uma doença e fugir o quanto
antes para não se ''contaminar''. É interessante que tais situações ocorram
mesmo após a tão propagada queda do, então, bloco socialista.
Na
década de 90, a palavra comunista, perdeu completamente o seu significado em
grande medida, pois, com o fim da URSS, o principal polo de enfrentamento aos
Estados Unidos e o bloco capitalista no geral, o sentido que existia, ainda que
muito mais simbólico do que prático naquelas circunstancias de revolução
mundial, acabou.
E
o mundo viveu o maior retrocesso histórico dos últimos tempos, em particular,
claro, a classe que sempre paga a conta ao final do jantar; os trabalhadores. O
neoliberalismo continuou avançando de forma brutal, agora, sem qualquer
adversário para sequer dificultar sua locomoção, um período em que os ''
donos do mundo'', ganharam, e muito com a desgraça dos povos.
Milhões
foram para a miséria, muitos ceifaram suas próprias vidas e foram ser
escravizados pelo rolo compressor neoliberal. Formado pelos especuladores e
patrões com o único intuito de lucrar cada vez mais em cima do trabalhador,
obviamente, tratando de forma concreta como escravo. Sejam nas condições de
trabalho, salariais, educacionais e culturais. O objetivo do capitalista é
sugar tudo o que for possível sem cessar.
Porém,
como dita a dialética, após um período nocauteado, os trabalhadores conseguiram
se reorganizar e suas ambições recomeçaram a ser expressas em movimentos políticos de
grande envergadura. O primeiro, sem duvida, foi o bolivarianismo de Hugo Chávez,
eleito em 1999, carregando o nome do Partido Socialista Unido da Venezuela em
seu discurso e angariando o completo respaldo popular.
Após
ele, vieram outros, como Nestor Kirchner, Lula, Evo Morales, Rafael Correa
entre outros. Uns mais radicais, outros menos, alguns com programas, outros se
adaptando ao panorama geral, fato é que representaram o ascenso das lutas
operárias e camponesas em seus mais variados graus de organização e
conscientização.
Com
a contenção momentânea do neoliberalismo mais agressivo praticado pela
direita, e esse espectro estando naquele momento completamente desmoralizado
perante seus respectivos povos, a esquerda nadou de braçada no
âmbito eleitoral, tendo desde a dissolução da URSS a maior oportunidade de
avanço popular daquela época.
Mas
com a sequência de erros, conciliações e falta de avanço no processo na
luta anti-imperialista e contra o capitalismo muitos lideres e seus partidos de
esquerda, se viram sofrendo uma crescente reversão do apoio popular obtido, e
consequentemente o aumento exponencial da oposição organizada
essencialmente pela direita; encenada pelas burguesias e classes médias tendo
como bandeira principal de ação a ''luta contra o comunismo/socialismo''.
Evidente
que, em grande medida, isso era e ainda é uma maluquice, todavia, são palavras
de ordem muito bem pensadas na atual guerra do século XXI; a comunicacional,
pois, vem daí as armas utilizadas na linha de frente que funcionam como germes
da confusão, do medo, da desorganização e da derrota.
A
desinformação é fundamental para a criação de uma base militante essencialmente
mais ''emocionada'' e histérica, como grande parte das classes médias é, a prova?
Só
acompanhar como reagem de forma idêntica na América Latina aos mesmos
estímulos promovidos pelas direitas desses países. Evidentemente,
alinhados, e dessa vez sem qualquer timidez junto ao governo norte-americano e
os interesses geopolíticos do unipolarismo.
Ser
comunista voltou a ser uma acusação, um crime moral, não precisa de
argumentação coerente ou coisa parecida. Basta dizer a palavra que tudo é
revertido quase de maneira imediata aos anos do macarthismo e, portanto, não
havendo mais a mínima necessidade de se mostrar nada.
Nesse
sentido é importante, primeiro: Não recuar, se amedrontar, ou fugir como um
desesperado por causa disso. É do interesse da direita que isso aconteça, a
geração de medo, principalmente contra os que estão adentrando na politica
agora ou são recentes no jogo. A criação de espantalhos é fundamental nesse
processo difamatório.
E
fato é que, sendo comunista ou não, a nuvem de fumaça criada pela direita não
pode impedir os sistemáticos crimes, estes sim, que o neoliberalismo vem
cometendo há décadas contra todos os povos do mundo, em particular, dos
países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, mantendo diversas nações num
limbo econômico e social sem possibilidade de defesa.
O
combate a direita, ao neoliberalismo, também passa pelo esvaziamento das nuvens
de fumaça vindas da desinformação, que tem o objetivo de criar fantasmas e
filmes de terror que nunca chegaram a existir, ao menos não como tem sido
contada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário