Textos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Aquaman: O reinado da guerra

Imagem relacionada



DC Comics lançou neste mês de dezembro a sua mais nova aposta vinda dos quadrinhos, Aquaman, este personagem que historicamente nunca foi valorizado ou mesmo teve algum fato relevante durante todo o seu período de existência, ganha um investimento alto de credibilidade e financeiro por parte da produtora.

Relembrando o recente passado de fracassos e criticas muito duras sobre os últimos filmes lançados como ''Batman vs Superman'', ''Esquadrão Suicida'' e ''Liga da Justiça, a DC aposta numa reformulação interna de produção e linha dos seus filmes. Amenizando, se assim é possível colocar o ''ar sombrio'' e implementando uma dinâmica mais ativa e irônica dos personagens, Aquaman é apresentado como o projeto que irá dar o start de uma nova era cinematográfica para o gênero.

O próximo da lista será o solo do Shazam, que promete ser um filme essencialmente de comédia, ao estilo Homem Formiga da Marvel. Alias, essa é a linha que a DC seguirá a partir de agora, principalmente a curto prazo, pois, existe a necessidade da produtora em se recolocar de forma competitiva diante do atual cenário de domínio da Marvel, e as medidas, corretas ou não, como estamos começando a ver estão sendo tomadas.

Filho do humano Tom Curry (Temuera Morrison) com a atlante Atlanna (Nicole Kidman), Arthur Curry (Jason Momoa) cresce com a vivência dos humanos e os poderes de metahumanos de atlante. Quando seu irmão Orm (Patrick Wilson) mostra o interesse em tomar posse do trono de Atlantida, tornando-se consequentemente Mestre dos Oceanos e literalmente esmagando os demais reinos aquáticos para dessa forma abrir uma guerra com a superfície, os humanos, caberá a Arthur o papel de impedir o possível fim apocalíptico que se aproxima. Para que isso seja viável durante sua missão vai receber o apoio da princesa de um dos reinos, e noiva de seu irmão, Mera (Amber Heard), e do conselheiro do reino Vulko (Willem Dafoe) que foi seu professor/treinador dos mares desde a juventude.

Na primeira parte do filme já é possível visualizar qual será a base do roteiro, ou seja, seu principio norteador. De um lado, Aquaman, um mestiço, um cavaleiro solitário, rejeitado e ao mesmo tempo que também rejeita pertencer a qualquer tipo de coletividade, entre os Atlantis é tido como um vira-lata, entre os humanos é admirado por alguns e atacados por outros.

Uma dualidade que faz um paralelo com a situação atual do mundo, entre imigrantes e povos residentes de determinados países. Isso porque o seu irmão, Orm, carrega consigo o discurso da uniformidade racial, da tradição guerreira e das bases medievais mais elementares historicamente. Quase o retrato pintado que a grande mídia faz de algumas forças politicas ligadas ao dito ''populismo''.

O Aquaman representa no filme os lemas da diversidade cultural, regional e o individualismo característico do mundo regido pelo neoliberalismo(neste caso progressista).Tal fato acontece porque a sua origem não permite outro posicionamento, separado da mãe logo cedo, perseguido pelos seus compatriotas de Atlantis, e não completamente aceito pelos humanos expressa uma figura ''impar entre os seus pares''.

Já o seu irmão,Orm, é completamente o oposto. O filho favorito do pai, desde cedo treinado para ser o futuro rei, o guerreiro mais forte e defensor da estabilidade e da defesa de Atlantis, tem como o seu principal lema a destruição do mundo moderno formado pelos humanos, a dominação do reino como império do poder dos mares e defende a subjugação humana uma emergência para a sobrevivência de seu povo.

Para conseguir alcançar o seu objetivo,Orm vai articular estratégias para a antecipação de acontecimentos que em sua analise seriam inevitáveis em algum momento, por exemplo, um ''ataque'' de um submarino contra Atlantis. A necessidade desse falso ataque seria para o convencimento de forma mais simples dos outros reinados dos mares, porém, no final o que menos será usado por ele é o dialogo.

A guerra e sempre ela resolve todos os problemas, e apesar de um principio norteador mais moderado estar com o Aquaman, isso não significa em nenhum momento que a essência dele também não seja de um guerreiro. O espirito da guerra se manifesta nos momentos certos e é dessa forma que conquistara a vitória primordial para a sobrevivência não só de Atlantis, mas também da superfície.

O sagrado, o espirito, a guerra, representam o tridente do verdadeiro guerreiro, ambos tem a disposição de luta, o ódio e a força que norteiam o corpo de um Rei. Porém só um deles tem a abnegação para ultrapassar os obstáculos e conquista-lo.

Essa virada da DC pode ou não ser definitiva, não existe certeza com empresas desse porte, mas sabemos que a pressão das bilheterias da Marvel e os desastres recentes de sua franquia mostram ao menos nesse período que o vento que guiava até então os rumos, mudou de lado. Vamos acompanhar até que ponto esse novo modelo de construção irá permanecer.






















Nenhum comentário:

Postar um comentário